Foi o Offerus do Jean Louis Chave (a par do Crozes-Hermitage do Allain Graillot, justiça seja feita) que me abriu os horizontes para a casta Syrah. Até aí a minha grande referência da casta eram os excelentes vinhos que José Bento dos Santos produz na Quinta do Monte d’Oiro, em Alenquer, na região de Lisboa, mas num estilo diferente destes franceses. A primeira vez que bebi um Offerus eu não queria acreditar que era um Syrah, de tão diferente que era das referências que tinha, tanto aromaticamente como no paladar. É um vinho que recomendo a toda a gente que quer descobrir o maravilhoso mundo dos Syrah de Saint-Joseph e por um preço bastante honesto.
Este 2014 está impecável. Um dos Offerus que mais gostei. Comparando com o 2007, uma colheita que bebi várias vezes, está uns furos acima. Apesar de ainda o ter achado novo e com uma boa margem de evolução, mostrou-se mais limpo, afinado, com a fruta preta madura muito bem conjugada com as notas terrosas de cogumelos e uma acidez equilibrada mas vigorosa, que lhe dá enorme carácter e profundidade. É fiel à casta e à região, mostrando a forma séria e sem cedências que JL Chave interpreta a Syrah.
O Domaine Jean-Louis Chave é uma referência mundial dos Syrah do norte do Rhône, onde produz vinho há vários séculos. Apesar das raízes da família serem da região de Saint-Joseph, onde detêm vinhas muito velhas, é nas parcelas do Hermitage que produzem os seus vinhos mais exclusivos e procurados em todo o mundo.