Já vos tinha falado do forum facebookiano de nome TWA, ponto de encontro para tertúlias, divagações ou simples larachas, de gente que preza o vinho e tem necessidade de falar dele.
Pé ante pé, vem-se afirmando aquele espaço, como um dos mais importantes lugares virtuais de divulgação do vinho em Portugal, onde convivem democraticamente, produtores, consumidores, enólogos, enófilos, entusiastas ou simples curiosos, sempre bem vindos a dizer de sua justiça.
Regresso hoje aquela tasca para dar conta de mais um evento com a sua chancela, desta vez pomposamente chamado de “Inspira Portugal – Prova Formativa de Touriga Nacional”.
Dado o mote e com os objectivos definidos, foi no passado sábado às portas de Lisboa, na bonita Quinta das Carrafouchas, que teve lugar o primeiro acto deste Inspira Portugal.
Perfiladas as Tourigas, algumas recém-chegadas, outras ainda sem lançamento no mercado, tiveram inicio os jogos, com o visionamento de um video do Prof Nuno Magalhães, uma das grandes vozes portuguesas no domínio da viticultura e tido como um dos principais responsáveis pelo renascimento da casta.
Começada a prova, percorreu-se o país de Norte a Sul, ao longo de 30 vinhos monovarietais, aquilatando terroirs e as suas diferenças de estilo e comportamento.
Depois, em jeito de intervalo para o café, mas sem café, foi altura da sala ser invadida pelas mercearias finas da Venda da Vila. Por entre outras iguarias, os enchidos de porco alentejano, do paio branco ao do cachaço, não deixaram ninguém indiferente. Do melhor que se faz em Portugal.
No recomeço dos trabalhos e depois da lição de Nuno Magalhães, foi a vez do enólogo Paulo Coutinho nos ter familiarizado com o comportamento da “casta rainha” na adega.
No final não houve vencedores, não era de um concurso que se tratava, o que não quer dizer que não tenha havido favoritos.
Em jeito de conclusão, depois de uma prova altamente pedagógica, pareceu-me ser no Douro e principalmente no Dão, que a casta atinge a sua maior expressão. No entanto, de outras regiões, amostras vieram a dar muito boa conta de si.
Para final de festa, os exaustos provadores foram recebidos como reis no Solar dos Pintor, local que se arrisca a tornar de culto, não tenha uma aptidão especial para além de bem receber, de confortar de forma magnifica estômagos e espíritos, por entre comida autêntica e hilariantes tertúlias.
Um bem haja final, aos organizadores de tão interessante conceito, que a avaliar por esta primeira sessão, tem caminho longo e pernas para andar.
Belíssimo relato. Muito obrigado, tanto por ele como pela tua presença.
Abraço!
HM