O Abanico Tinto, da Casa da Passarella, continua a ser dos vinhos mais consensuais que conheço. Acho difícil alguém não gostar deste vinho, seja o mais chato dos enochatos ou um bebedor ocasional que compra vinho somente para acompanhar a refeição. Ao fim da sexta colheita, já com algum histórico comparativo, os principais atributos que lhe podemos reconhecer são uma assinalável consistência de ano para ano, sempre naquele registo sedutor e consensual que referi, mas sem deixar de ser fiel à região, assim como um preço muito competitivo, que o coloca numa das melhores relação qualidade-preço do seu segmento. Já não o visitava há muito tempo, mas é bom saber que continua a ser um valor seguro e bom parceiro à mesa, onde se ajusta a variados pratos da nossa cozinha, como um arroz de pato, só para dar um exemplo. Um vinho que volta ao radar.
O Abanico Tinto 2016 é o “Reserva” do portefólio da Casa da Passarella. Mantém o lote de Touriga Nacional, Alfrocheiro e Jaen, vinificado em cubas de cimento e estágio de 12 meses em barrica. É aromático, fresco e macio, num perfil sedutor e equilibrado, de taninos redondos e com uma acidez fina e bem proporcionada. A enologia é de Paulo Nunes. Esta garrafa custou 7,85€ na Garrafeira São João, em Lisboa.