Os Meus Vinhos de 2012

E para fechar o ano em beleza aqui no Blog, conforme prometido, aqui ficam as minhas escolhas vínicas do ano que agora finda. Os vinhos que mais me emocionaram, nacionais e estrangeiros, as melhores compras e os grandes destaques de 2012. Foi um exercício terrível e cheguei a pensar que não conseguia, custou  deixar de fora vinhos que tanto gostei e que foram companheiros ao longo do ano. Mas o desafio estava lançado, eram 10, ficaram 10.
Relembro para terem em conta que são escolhas emocionais e muito pessoais. Espero que gostem.
Aproveito para desejar a todos umas excelentes entradas e um excelente ano de 2013.
OS MEUS VINHOS DE 2012
Quinta das Bágeiras Garrafeira Branco 2009 (Quinta das Bágeiras). Pela personalidade, pela mineralidade, pelo potencial de envelhecimento, pelo potencial gastronómico e pela expressão das vinhas velhas da Bairrada. Um vinho apaixonante, que eleva os vinhos de Portugal em qualquer parte do mundo.
Mouchão Colheitas Antigas Tinto 2002 (Herdade do Mouchão, Alentejo). Pelo culto, pela tradição, pela intensidade, pela elegância e pela complexidade. Um vinho enorme.
3º Porto Quinta do Noval Colheita 1963 (Quinta do Noval, Douro). Pela complexidade de um grande vinho do mundo, pelo esplendor dos grandes Portos, pelo final interminável.
Porto Niepoort VV (Niepoort, Douro). Pela tradição, pela complexidade, pela emoção de se beber um vinho com mais de 100 anos.

 

Soalheiro Primeiras Vinhas 2010 (Quinta do Soalheiro, Vinho Verde). Pela elegância, pela mineralidade, por ser um dos melhores vinhos feitos em Portugal.
Duas Quintas Reserva Tinto 2008 (Ramos Pinto, Douro). Pela interpretação de dois terroirs fascinantes, pela consistência, pela capacidade de guarda.
6º Duas Quintas Reserva Tinto 2001 (Ramos Pinto, Douro). Pelas razões acima apontadas e ainda pela elegância que ganhou com estes anos de garrafa. Se exisitir um “Douro Clássico”, ele anda por aqui.
Colares Chitas Branco 1983 (António Bernardino Paulo da Silva, Colares). Pela “teimosia” do seu proprietário em insistir em fazer vinho num terroir tão particular, pela forma soberba em que se encontra, por ser uma bandeira da capacidade de envelhecimento dos vinhos brancos portugueses.
Quinta do Mouro Tinto 1999 (Quinta do Mouro, Alentejo). Por não nos deixar esquecer que estamos perante um dos grandes vinhos do Alentejo, pela personalidade, pelo memorável momento em que foi bebido.

 

Torre de Tavares Encruzado 2008 (João Tavares de Pina, Dão). Pela genuinidade, pelo classicismo, pela forma belíssima como está a envelhecer, por levantar bem alto a bandeira dos brancos do Dão.
10º Pôpa VV Tinto 2008 (Quinta do Pôpa, Douro). Pela mineralidade, pela pujança,  e porque foi meu companheiro em muitos e bons momentos ao longo deste ano.
AS MINHAS MELHORES COMPRAS DE 2012 (até 10€)
1º  Terra Larga Branco 1999 (Soc. Agr. Areias Gordas, Tejo). Pela surpresa, pela grande forma em que está, pela expressão das castas brancas portuguesas numa região pouco acarinhada.
2º Terras d’Alter Alfrocheiro 2010 (Terras de Alter, Alentejo). Pela expressão da casta no Alentejo (nem sempre feliz), pela frescura, pelo equilíbrio.
3º Soalheiro 2011 (Quinta de Soalheiro, Vinho Verde). Pela capacidade que teve em se tornar a maior moda vínica deste verão (e possivelmente dos próximos), pela excelente relação qualidade-preço.
4º Tons de Duorum Tinto 2011 (Duorum Vinhos, Douro). Pelo projecto exemplar e vencedor, por nos fazer lembrar que podemos beber um bom vinho tinto por menos de 4€.
5º Vadio Branco 2010 (Vadio, Bairrada). Pelo nome, pela imagem, pela frescura, pela excelente relação qualidade preço.
Casa de Mouraz Encruzado 2010 (Casa de Mouraz, Dão). Pela frescura, pela elegância, pela expressão da casta, pelo contributo para os grandes brancos da região. Este a um grande preço.
Quinta das Carrafouchas Tinto 2008 (Quinta das Carrafouchas, Lisboa). Pelo especial carinho que tenho pelo projecto, pelo preço e pela beleza do lugar de onde nasce.
8º Pynga Selection Branco 2010 (Vale da Capucha, Lisboa). Pela irreverência do nome, por ser um excelente vinho branco (capaz de resultados engraçados em prova cega) e por expressar a nova vaga de projectos em Portugal, jovens e dinâmicos.
Vale de Esgueva Touriga Nacional 2010 (Cobelcos, Beiras). Pela surpresa, totalmente desconhecida para mim e, por nos lembrar que há novos projectos fora dos circuitos da moda que merecem a nossa atenção.
10º Quinta da Alorna Abafado 5 Years (Quinta da Alorna, Lisboa). Porque talvez tenha sido o vinho que bebi mais durante o ano, por nos proporcionar um bom vinho de sobremesa por pouco mais de 5€ e porque está nas sete quintas sempre que tem doces por perto.
OS MEUS VINHOS ESTRANGEIROS DE 2012
1º Les Terraces de l’Empire Branco 2003 (França, Condrieu). Pela expressão das vinhas velhas de Viognier, por ser um branco arrebatador que nos deixa nas nuvens, por ser um vinho infinito e inesquecível
2º Chateau de Pibarnon Tinto 2001(França, Bandol). Pela descoberta que existem grandes vinhos fora das mais afamadas regiões francesas, pela expressão da casta num terroir pouco conhecido, pela capacidade de envelhecimento. Um grande tinto em qualquer parte do mundo.
3º Domaine du Vieux Télégraph La Crau Tinto 1999 (França, Chateauneuf du Pape). Pela emoção, pela pureza, pelos memoráveis momentos em que se bebeu um grande Pape.
4º Tokaj Classic Aszú Essencia 2000 (Hungria, Tokaj). Pela descoberta, pelo fabuloso equilíbrio entre doçura e acidez, por ser um dos grandes vinhos doces do mundo.
5º Laurenz V. Gruner Vetliner Branco 2008 (Áustria, Kamptal). Pela diversidade, pela mineralidade e frescura, por ter um final arrebatador. 
OS MEUS OUTROS DESTAQUES DE 2012
Adegga. Pela afirmação do projecto, pelos Wine Market, por tudo o que já representa (e que irá representar) para o vinho português.
2º Visita à Quinta do Pôpa. Pelo acolhimento, pelo cuidado na decoração, por aquela varanda que nos proporciona uma vista encantadora para o Douro, pela excelente prova e pelos vinhos.
3º Mercado de Vinhos do Campo Pequeno. Pelo espaço, pelo conceito, pelos excelentes vinhos (e produtos) em prova. Que tenha vindo para ficar.
4º Adegga Wine Market Week for the #Winelover. Pelas provas, pela troca de experiências, pelo convívio,  pela partilha, por ter sido o melhor evento “não oficial” do ano.
5º Solar dos Pintor. Pelo serviço de vinhos, pelo preço dos mesmos, pela forma como somos tratados, pela capacidade em se ter tornado um local de culto da enofilia lisboeta.
Garrafeira Nacional. Por ser uma instituição, pelas provas que nos proporciona, pelos excelentes vinhos que nos disponibiliza, pelas raridades e pelos preços.
Projecto Virgo. Pela irreverencia, pela coragem, pelo conceito, pela modernidade, por ter aberto novas portas para a comunicação e imagem do vinho.
8º Visita à Torre do Frade. Pela natureza, pela simpatia, pela excelente visita à vinha, pelo convívio, pelos vinhos.
9º Visita à Azamor Wines. Pelo acolhimento, pela natureza, pela excelente interacção entre os participantes e os vinhos.
10º Visita à Quevedo Vinhos e Visita à Adega Porta de Teira (Vinhos Ninfa). Pela forma como fomos recebidos, pela forma apaixonada como nos apresentaram os seus projectos, pelos excelentes vinhos em prova.
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8 Comments

  1. Bela lista,deixaste-me envaidecido,é por comentários como o teu,que o puxar da carroça custa menos.Deixas-me por outro lado em dificuldades,vejo-me obrigado a trabalhar ainda mais,o que é uma chatice,para não defraudar quem acredita como eu no projecto.Um abraço.

  2. says: Nuno Vieira

    Excelente lista, sem dúvida! Estou de acordo com quase tudo, confesso só que não achei o Mouchão Colheitas Antigas Tinto 2002 nada de extraordinário. Está visto que vou ter de voltar a provar 🙂

  3. says: Jorge Nunes

    Muito obrigado a todos pelas vossas palavras e pelo vosso retorno.

    Nuno, gostei muito do vinho, mas também hei-de prová-lo noutras circunstancias para ter uma segunda opinião.

    Cumprimentos,

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