Sempre que vou a Badajoz é religioso passar pela garrafeira do El Corte Ingles para sentir o pulso ao que se vai fazendo pela Rioja, uma região que gosto particularmente e que me traz as melhores das recordações. Desta vez, aproveitando a ponte carnavalesca lá cumpri a tradição e, num fim de semana em família pela raia alentejana, lá atravessei a fronteira, não para reconquistar Olivença, mas para epicurar o espírito com as novidades riojanas.
E se nestas ocasiões há vinho que ando sempre à coca – Tondonias à parte – são os Reserva da Dinastia Vivanco, que os tenho como favoritos por entre os Rioja modernos. Desta vez veio à baila a colheita de 2010, a mais recente no mercado (!), que se mostrou na linha do que estes vinhos habituaram os consumidores. É um vinho cheio, onde a fruta, a barrica e as especiarias marcam o aroma, de estrutura volumosa, macio, mas seco, e com uma acidez valente, que bem precisa para equilibrar toda aquela concentração. Pareceu-me uns furos acima do último que tinha provado, mais fresco e equilibrado, confirmando que 2010 foi um ano muito bom na Rioja.
Assim sendo, reforço, que o Vivanco Reserva (pelo que percebi perdeu o “Dinastia”) é na Rioja, dos mais interessantes vinhos mainstream que conheço e um excelente exemplo de que o epíteto de moderno não tem obrigatoriamente de ter uma conotação negativa. Ora espetem-lhe lá com um naco de vitela assado na brasa, mal passado de preferência, para perceberem melhor do que falo.
Vivanco Reserva Tinto 2010
Produzido pela Dinastia Vivanco em Briones, na Rioja.
Enologia de Rafael Vivanco
90% de Tempranillo e 10% de Graciano
Estágio de 24 meses em barrica
14º de volume de álcool
13€ no El Corte Inglês de Badajoz.
17 pontos.