O couvert de pão e azeite aqui é abrilhantado por um excelente azeite biológico da Quinta do Prado.
O Amuse. Uma goma recheada com ostra. Muito bom, muito fresco, com um sabor a mar bem presente. Um inicio que deixou desde logo boas perspectivas para o que se iria seguir.
A entrada de Foie Gras com Geleia de Colheita Tardia e Macarron (14€). Duas interpretações do foie gras, uma em terrina (perfeita) e a outra “queimada” em cima de uma tosta de pão de especiarias. Muito bem o prato, só achei que o doce da geleia se sobrepunha um pouco, algo que o recheio salgado do macarron acabava por amenizar.
Ainda nas entradas. Salada de moluscos e mariscos (12€). Mexilhão, camarão, choquinhos, percebes, tudo cozinhado no ponto. Um prato com alguma simplicidade onde brilha o produto e a forma eximia de o trabalhar.
O famoso leitão do Pedro Lemos (22€). A baixa temperatura, muito tenro, carne a lascar, a pele fina e crocante, muito saboroso. Um dos pontos altos da refeição.
Favas e Bacalhau (22€). Outro grande momento. Bacalhau num ponto de cozedura perfeito, com o sal no ponto, a harmonizar muito bem com umas favinhas tenras e saborosas, novamente a qualidade e o cuidado com o produto. O pão de farinheira feito no restaurante também estava muito bom e combina muito bem com os outros elementos do prato. É uma pena que o empratamento acabe por tirar algum brilho a este excelente prato, o pão poderia ter metade do tamanho.
Pré-sobremesa. Além dos mirtilhos não me lembro de mais nada. Mas estava bom 🙂
Uma cortesia da casa para acompanhar o Quinta de Roriz Vintage 2007 (9€).
Panna Cotta de Café (8€). Marco Carreiro, que trabalhou com Santi Santamaria e, Graça Dias, Chef Pasteleira residente, não deixam os créditos por mãos alheias e brindam-nos com duas sobremesas de bom nível.
Lingote Chocolate (9€). Um macarron recheado de chocolate e frutos silvestres. Um final de refeição delicioso, que harmonizou na perfeição com o vintage.
Conheci o Chef Pedro Lemos o ano passado na Essência do Gourmet e fiquei desde logo muito bem impressionado com os pratos que apresentou. Na memoria ficou o leitão a baixa temperatura, que depois viria a confirmar-se como um ex-libris deste chef, mas também um prato delicioso de frango com cogumelos. Desde esse momento que uma ida ao seu restaurante estava na agenda, e numa recente passagem pelo Porto, não escapou.
Lá chegar não foi fácil, nem mesmo com GPS. Inserido no emaranhado de ruelas da zona da Foz Velha no Porto, para chegar ao Pedro Lemos o melhor mesmo é estacionar o carro junto ao Jardim do Passeio Alegre e embrenhar-se pelo bairro da Foz enquanto se vai procurando a morada através das pessoas locais com quem nos vamos cruzando.
Lá chegados encontramos um espaço bonito, simples, com decoração sóbria e atmosfera a atirar para o chique. Três espaços distintos. O piso de entrada para não fumadores, o primeiro piso para fumadores e um pequeno terraço para os dias mais quentes. Existe ainda uma pequena loja gourmet onde é possível comprar alguns dos produtos que o chef utiliza nas suas receitas. Optou-se pelo terraço.
O serviço foi de bom nível, muito conhecedor o que é sempre de registar num restaurante deste tipo, com uma informalidade muito apreciada, contudo sem deixar de ser competente.
Nos vinhos optou-se pelo Meandro 2008 (21€) que acompanhou toda a refeição, excluindo o já referido Porto. Serviço de grande qualidade. Carta com muitas referências, tudo datado e por regiões. Boa escolha a copo. Preços sensatos. O serviço foi imaculado, tanto no aconselhamento, como nas temperaturas, assim como nos copos. Merecida a recente menção honrosa no concurso de Melhor Carta de Vinhos 2011 pela Revista de Vinhos.
Em jeito de apreciação final, foi uma excelente refeição. Cozinha criativa, com muito detalhe, sabores nossos, bem definidos, produtos de muita qualidade e trabalhados com técnica segura e convincente. Sente-se alma nesta cozinha. Um restaurante que merece nova visita sem reservas.
Pedro Lemos
Rua Padre Luís Cabral, 974
4150-459 Porto
Preço médio sem vinho, 45€
Bem, as imagens e a descrição abrem o apetite (o que é espectácular se tiver em conta que acabei de almoçar), mas acho que 21€ por um Meandro não é um preço muito razoável… é o dobro.
De qualquer forma, fiquei com o nome marcado e quero ver se numa próxima oportunidade aproveito para provar o Leitão!
Caro Nuno obrigado pelo seu comentário. Para o segmento deste restaurante não acho que seja um valor exagerado mas respeito todas as opiniões 🙂
Cumprimentos,