Ainda antes de entrar no modo Rabanadas, apanho a boleia étnica pela Ásia, do Sul da China, agora para o Japão, para deixar uma sugestão de harmonização.
Sobre o sushi não são necessárias grandes considerações, é por estes dias iguaria sobejamente familiarizada com os nossos hábitos alimentares. Apesar de haver por aí muito gato por lebre (isto levava este curto texto para uma direcção que não importa para o caso), não nos podemos queixar de não termos uma boa oferta de sushi de qualidade, pelo menos no que a Lisboa diz respeito, cidade onde habito e melhor conheço.
Este que hoje aqui trago é do Sushi Café, um dos meus favoritos de há muito tempo a esta parte, onde se pode comer um sushi de qualidade com uma relação qualidade preço muito boa. O Sushi Corner é a versão mais democrática do Sushi Café criado para espaços comerciais. Com um design moderno e apelativo, oferece diferentes menus para refeições rápidas, todos de uma qualidade muito recomendável. Apesar da abordagem mais contemporânea, com a inclusão de novos ingredientes, não vão pelo delírio da salganhada descaracterizada que se vai vendo amiúde.
Para acompanhar escolhi um vinho branco produzido no Douro, o Quinta de Cidrô Gewurztraminer do ano de 2010. É um vinho muito curioso produzido pela Real Companhia Velha, na sua Quinta de Cidrô em São João da Pesqueira, onde tem desenvolvido um muito interessante projecto de experimentação de nome Series, e que tive o prazer de conhecer numa visita que fiz em Março passado com os Desafios da Adega.
É um vinho com um forte aroma a flores (rosas e lichias) e com um travo ligeiramente doce, mas que não é enjoativo, pois tem uma bela acidez e mineralidade que lhe confere uma frescura que vai combinar muito bem com o sushi. Deve beber-se bem fresco (10º/12º) e pode encontrar-se nas grandes superfícies com um preço a rondar os 10€. Fica a sugestão.
Comida saudável e um vinho leve para ir preparando o organismo para os dias pecadoramente gulosos que se avizinham.