Já me tinham dito que não podia perder a aventura de Lucas Azevedo (ex Bonsai) e Vitor Adão (ex Sem Maneiras) no Bairro Alto, no projecto pop up da Garrafeira Imperial chamado Izakaya Tokkuri e a semana passada, sem nada prever, acabei por lá ir jantar levado por um grupo de amigos.
E em boa hora, pois o Izakaya, depois de seis meses a encantar os felizardos que por lá passaram, fecha as portas este sábado, dia 8. Foram seis meses de fusão entre a cozinha tradicional portuguesa de Vitor Adão e a japonesa de Lucas Azevedo. E como a coisa resulta. Tudo o que comemos estava divinal, sabores bem colocados, combinações improvaveis mas com muito sentido e acima de tudo, pratos muito bem confeccionados e cheios de sabor. Achei (mas só vivi esta experiência) que as receitas pendem mais para o lado japonês, com muitas bases de caldos e ingredientes típicos da cozinha nipónica, mas a carta é dinâmica, pelo que fiquei com a ideia que as receitas mudam com frequência.
Foi pena ter chegado ao Izakaya tão tarde, pois é daqueles lugares que saímos a querer voltar no dia seguinte. Ainda perguntei a Lucas Azevedo se aquele trabalho que ali iniciaram iria ter continuação mas ele respondeu que para já não estava nada previsto. Foi um projecto definido no tempo, para ter uma duração de seis meses e agora ambos os cozinheiros tinham outros projectos, mas quem sabe se no futuro não poderão voltar a renir-se para uma sequela desta tasca japonesa. Pela minha parte irei estar atento ao percurso destes dois, o que comemos neste jantar abre o apetite a qualquer um e deixa-nos com água na boca.
Só para um pequeno enquadramento do local, o Izakaya recria uma típica taberna japonesa, onde os japoneses costumam beber um copo de saké a seguir ao trabalho e comer qualquer coisa. O balcão em forma de L define o local, mas existem duas mesas no interior e mais um par delas na esplanada. Além dos sakés terem destaque, a Garrafeira Imperial não deixou os créditos por mãos alheias e colocou no local um sugestivo expositor com uma boa selecção de alguns dos melhores vinhos que se vão produzindo em Portugal. Os preços são de garrafeira, podemos comprar para levar para casa ou consumir à mesa com um acréscimo de 30% (margem sensata).
Bem sei que as Festas de Lisboa, oficialmente abertas dia 1, pedem outro tipo de programas, mas se ainda não têm nada planeado para os próximos dias, passem pelo Izakaya que não se vão arrepender.