Ladies and Gentleman, let me introduce to you… o melhor rosé português.
Obviamente que é parvo dizer que este ou aquele vinho é o melhor, pois ninguém conhece todos e a apreciação de um vinho é muito subjectiva, estando sempre dependente de diversos factores, um deles tão aleatório como o nosso gosto pessoal. Façam por isso o favor de olhar para esta frase como uma hipérbole, uma figura de estilo a que me socorro para deixar bem assente que estamos perante um grande vinho.
Sou um adepto confesso dos vinhos da Quinta do Mouro, são dos meus vinhos elentejanos favoritos. Dos entradas de gama Vinha do Mouro, ao Rótulo Dourado, passando pelos Zagalos (belíssimos), pelos Erros, pelos monocastas e pelos Quinta do Mouro, estamos perante um portefólio de luxo, com vinhos que expressam a grandeza dos vinhos alentejanos com muito carácter e distinção. São vinhos que consumo com alguma frequência, mas este Erro Z, talvez porque não sou grande fan de rosés, ainda não me tinha chamado a atenção e só agora, por insistência de um amigo, o provei.
O vinho é um monocasta de Trincadeira, fermentado em inox e com uma pequena percentagem do lote a estagiar em barricas novas. Começa por nos conquistar com a elegante garrafa, de vidro branco, com um sóbrio rótulo com o nome do vinho a dourado e o contra-rótulo “escondido” nas costas do primeiro. Contido de aromas, sério, bonito, com algumas sugestões de fruta vermelha e citrinos, num perfil elegante e cheio de classe. A boca é uma delícia, de secura, de acidez firme e bem proporcionada, num vinho profundo, com um final muito persistente e saboroso. É um rosé incrível, vertical, preciso, gastronómico, que também pode ser bebido à piscina (um bom vinho bebe-se em qualquer lado), mas é à mesa, a acompanhar pratos de peixe ou marisco cozido, que vai brilhar mais intensamente. Uma obra prima saída da oficina de Estremoz de Miguel Louro.
O produtor diz que “Só por erro se poderia fazer um rosé, no Alentejo, com esta frescura e acidez…“. Talvez seja ironia, ou modéstia, não sei, mas a verdade é que rosés destes não vemos todos os dias, nem no Alentejo nem noutras regiões portuguesas.
A primeira e limitada edição deste vinho encontra-se á venda em garrafeiras especializadas a um preço a rondar os 25€. E se sou muito crítico com os preços absurdos que alguns vinhos portugueses custam, também sei admitir quando um vinho caro vale cada cêntimo do que custa.