Tenho andado a fazer uma ronda pelos Albarinos de 2021 e para já, do pouco que ainda provei, é cedo para tirar grandes conclusões quanto à qualidade da colheita, apesar das primeiras indicações serem boas. Depois da excelente colheita de 2020 nas Rias Baixas a expectativa é grande, pois a par da de 2015 serão as melhores do século para brancos nesta zona da Galiza. Já os tintos parece que não foi bem assim, existem vários relatos que não foi um bom ano para tintos e que alguns produtores já decidiram não engarrafar os seus single vineyards e topos de gama, ficando apenas pelos entrada de gama. Mas teremos de esperar mais um pouco para ver no copo como estão estes tintos de 2021.
Recentemente, com uma diferença de poucos dias, provei dois albarinos do Vale do Salnés, o Leirana Albarino 2021 e o Zarate Albarino 2021. Enquanto que o Leirana, produzido por Rodrigo Méndez nas Forjas del Salnés, se mostrou muito jovem, fácil, com muita fruta primária e uma acidez viva, mas longe da verticalidade habitual desta referência, o Zarate de Eulogio Pomares e Rebeca Montero, expressou-se com grande classe, ao nível dos melhores entrada de gama das Rias Baixas. Muito focado, com uma fruta muito limpa, assente nos citrinos, tem uma boca muito fresca, com uma acidez vertical mas muito bem integrada com o sabor do vinho. Tem um final crocante, de boa persistência e um toque mineral que nos deixa a salivar por mais um copo. Apesar da sua evidente juventude, claramente uns furos acima do Leirana neste momento. Veremos como evoluem. Entretanto tenho mais alguns na calha para provar e depois dou notícias.