Deu brado a publicação sobre o Vale dos Ares Alvarinho onde assumia que não tinha gostado do vinho. Não disse mal do vinho, não disse que não prestava, disse simplesmente que não era do meu gosto e expliquei porquê. Tive várias pessoas a comentar que poderia ter sido uma má garrafa, que o vinho poderia não estar bom, mas também outras a concordar com a minha opinião. O próprio produtor, Miguel Queimado, também comentou e sugeriu-me que provasse outro dos seus vinhos, o Borras Finas, que deveria ir mais ao encontro do meu gosto. Aceitei a sugestão e hoje cá estou a dar a minha singela opinião sobre o dito. Não deixa no entanto de ser curioso que, numa das poucas publicações onde assumo que não gostei de um vinho, tenha originado tanto ruído e visualizações. Um dia que queira ser famoso no mundo dos vinhos já sei o caminho a levar.
Indo ao que interessa. Este Vale dos Ares Borras Finas é de facto outra loiça, é um alvarinho mais sério, muito mais contido no perfil, com sugestões minerais mais presentes, numa boa expressão da casta na sub-região de Monção e Melgaço. Teve 18 meses sur lies e isso nota-se na estrutura, é rico e tem corpo, com muita presença de boca, algo que o ano quente também acentua, mas está muito equilibrado pela mineralidade e uma acidez fina e bem marcada. Termina longo e com boa persistência.
Gostei do vinho, tem um estilo muito mais do meu agrado, basta colocar lado a lado com o Vale dos Ares “normal” para se perceber facilmente a diferença. Custou cerca de 15€ em compra online na Garrafeira Cinco Estrelas e deu-se lindamente à mesa na companhia de um polvinho à lagareiro.