A última vez que tinha estado em Sevilha ainda a sky line da cidade não era marcada pelas formas futuristas do Metropol Parasol, a mais recente atracção turística da capital da Andaluzia. Mas não foi essa a única diferença que encontrei 8 anos depois.
Encontrei uma cidade mais moderna, mais festiva (quando pensávamos que isso já não seria possível), com mais turistas, talvez consequência da facilidade que hoje existe em viajar, com muitos novos espaços de restauração, alguns a viverem o hype do momento, outros que entretanto se tornaram referências na cidade. Neste campo, para quem gosta de gastronomia, é difícil não nos entusiasmarmos com esta região e com esta cidade em particular. A oferta é muita e variada, os preços são quase sempre honestos e o serviço de vinho continua a ser uma referência, tanto na qualidade como nos preços.
O Espacio Eslava, no tradicional bairro de San Lorenzo, em poucos anos tornou-se uma referencia no tapeo da cidade e hoje é um lugar incontornável para se comer as famosas tapas, que aqui são apresentadas com um twist moderno. O Eslava é restaurante, bar de tapas e também uma unidade de alojamento local com 4 apartamentos. A esplanada na rua é muito procurada mas quem procura fazer uma refeição mais tranquila opta pelo restaurante. Eu, como habitualmente nestas ocasiões, escolho a barra, onde me deleito a ver a azáfama do serviço e a velocidade com que se esvaziam garrafas de vinho no serviço a copo.
Um dos principais segredos do sucesso do Eslava são os preços incrivelmente baixos, que já se tornaram uma imagem de marca da casa. No dia da minha visita existiam mais de 20 tapas à escolha e nenhuma passava os 3€. Na foto, um dos pratos mais emblemáticos do Eslava, que já valeu vários prémios, as Costillas a la Miel. Entrecosto de porco com mel cozinhado no forno durante várias horas e servido sobre puré de batata. Uma delícia. Nos vinhos, vira o disco e toca o mesmo. Mais de 15 referencias a copo em que nenhuma passava os 3€. E o facto de estarem mais de 30 graus na rua e os preços serem baixos não serve de desculpa para que os tintos não sejam servidos à temperatura certa. E a casa está sempre cheia, pois claro. E de pessoas a beber vinho.
No final faz-se uma refeição num lugar da moda, onde podemos provar uma grande variedade de tapas e de vinhos, com bom serviço e ambiente, por menos de 20€ por pessoa.
Encontrar um lugar para dormir no centro de Sevilha, de qualidade e a preços cordatos, pode não ser um exercício tão fácil como parece à partida. Existe muita oferta mas nem toda de qualidade, alguma é mesmo de fugir. Por isso fiquei feliz por me ter cruzado com o Le Petit Paris e sugiro-o a toda a gente que visite Sevilha e não queira gastar muito na estadia, mas que também não abdique da centralidade e do conforto de uma boa noite de sono.
Aterrou um ovni no centro da cidade. O Metropol Parasol demorou sete anos a ser concluído mas rapidamente se tornou um ícone de Sevilha. A grande estrutura de madeira em forma de cogumelos que cobre a Plaza de la Encarnación alberga um museu arqueológico, o mercado local e um miradouro na cobertura, que oferece novas perspectivas sobre o centro da cidade.
Uma vista previligiada da Catedral e Giralda pode obter-se do roof top do sofisticado Hotel EME Catedral. A Terraza do EME, bem de frente para a Catedral, é um espaço trendy e multifacetado, onde se pode beber um copo ao final da tarde ou dar um pezinho de dança mais para a noite. Também tem um restaurante panorâmico e uma piscina para mergulhos com vista para a Giralda (exclusiva para hospedes). Respira movida.
Termino a viagem à mesa do La Brunilda, outra referencia do tapeo da cidade. Numa zona muito central, em pleno Bairro El Arenal, o Brunilda é um bar de tapas onde podemos encontrar uma grande diversidade de pratos onde a criatividade e inovação são uma constante. Mas também podemos encontrar as tapas mais tradicionais e uma carta de vinhos de excelente qualidade. Os preços voltam a ser encarados com muito realismo e uma refeição com vinho raramente chega aos 20€ por pessoa.
O vinho no La Brunilda é tratado com grande respeito, não tivesse a proprietária formação em enologia. Também aqui o serviço a copo é fortíssimo e a não ser que queiramos um vinho especial, o preço do copo nunca passa os 3€. Nesta refeição andámos pela Cava (Pago de Tharsys), por um tinto do Bierzo que me foi sugerido e gostei muito mas que não retive o nome, e por este branco de nome sugestivo. El Marido de mi Amiga é um branco leve e fresco da Rioja com apenas 11 graus de teor alcoólico. Um lote de Malvasía, Sauvignon Blanc e Tempranillo Blanco, que entrou bem numa noite mucho caliente com mais de 30 graus no exterior. Todos os copos de vinho custaram 2,90€.