Nada de novo no Sea Me. E neste caso ainda bem. A marisqueira moderna do Chiado continua fiel ao conceito e à qualidade que lhe deu fama e num recente jantar de fim de semana confirmou todos os predicados que lhe reconhecemos. A casa continua a encher-se, o serviço também se mantém jovem e simpático, enquanto a comida segue impecável. O ambiente é alegre e bem disposto, com direito a dj set, mas a música está demasiado alta o que obriga as pessoas a gritar se pretenderem conversar. Era só um niquinho mais baixo e a coisa melhorava.
Começou-se por uma bateria de entradas e petiscos. Ceviche de garoupa, impecável na frescura e textura do peixe, mas para o meu gosto faltava uma acidez mais afirmativa. Croquetes de alheira, bem fritos e saborosos. A clássica tempura de camarão com amendoas continua igual a si própria, uma delícia. Outro clássico, o nigiri de sardinha assada, continua a ser de comer e chorar por mais. A gamba do algarve era fresca, firme e cheia de sabor. Para terminar o capítulo entradeiro, umas ameijoas à bulhão pato saborosas, carnudas, mas com vinho branco no molho, que como sabemos é desnecessário nesta preparação e só serve para camuflar o sabor fresco do bivalve.
Seguiu-se para os pratos principais com o bacalhau assado e o robalo grelhado, ambos bons, mas o robalo teve de voltar à grelha porque chegou mal passado, ainda com sangue. Para terminar, em jeito de sobremesa, como não poderia deixar de ser o famoso Prego da Peixaria. Empurrou-se, primeiro, com o espumante rosé 3B da Filipa Pato, para de seguida o resto da refeição ser acompanhada com o alvarinho da Soalheiro. O serviço de vinhos é correcto, os preços seguem em linha com o habitual num local da moda no centro da cidade.
Continua muito recomendável o Sea Me e por isso uma sugestão segura do Comer em Lisboa. No entanto, numa refeição com um grupo grande, como foi o caso, é preciso redobrada atenção ao que se vai pedindo pois no final a conta pode subir mais que o desejado.