Não bebia disto há tanto tempo que já nem me lembrava o bom que é.
Lote de Baga, Castelão, Bastardo, Tinta Pinheira, Alfrocheiro, Sousão e Trincadeira, com estágio de cerca de um ano em barricas usadas. Este 2010 está nos trinques. Excelente evolução, ainda bem vivo, com uma boa complexidade que provavelmente advém do conjunto variado de castas que o compõe. Muito consensual na boca, macio, equilibrado, com frescas notas vegetais que lhe dão força e originalidade. É para voltar a comprar (parece que anda aí pelos Intermarché à volta dos 10€).
Carlos Campolargo é um produtor de referência na Bairrada. Desde os anos 60 que a sua família produz vinho na região, mas foi à entrada deste século que lançou para o mercado os primeiros vinhos produzidos e engarrafados por si. Determinado, experimentalista e por vezes polémico, foi pela sua mão que chegaram pela primeira vez à região algumas castas estrangeiras que ainda hoje compõem a sua mancha de vinha. Vinhas essas que estão localizadas em duas propriedades, na Quinta de São Mateus, em São Lourenço do Bairro e na Quinta de Vale de Azar em Arcos, ambas em Anadia. Já foram os maiores viticultores da região (não sei se ainda são) com uma mancha de vinha de quase 200 hectares. Hoje o portefólio do produtor é vasto e diversificado, com vinhos para todos os gostos, de onde destaco os brancos, alguns deles dos meus favoritos da região.