Uma novidade no portefólio da clássica Quinta das Bágeiras é sempre motivo de grande expectativa e assunto de notícia, mas neste caso fui adiando a respectiva publicação pois precisei de provar este vinho três vezes até ter a certeza que tinha alguma coisa para dizer sobre ele. No final, cheguei à conclusão que estamos perante o vinho menos Bágeiras das Bágeiras.
No momento que a autenticidade, os vinhos naturais, a tradição, a genuinidade, o máximo respeito pela terra e pelas vinhas, estão na ordem do dia, falar da Quinta das Bágeiras não é falar de modas, é falar de alguém que sempre esteve à frente das ditas. Um produtor que nunca fez cedências, que sempre soube fidelizar os seus consumidores com o carácter de um verdadeiro vigneron, respeitado por essa Europa fora.
E não se pense que este laço é cortado com este Reserva Branco, não é, mas é definitivamente um branco que se desvia daquele traço clássico, seco, nativo, dos brancos das Bágeiras. É um vinho amplo, untuoso, com uma fruta branca madura, com alguma doçura, que nos leva para outros lugares. Não deixa de ser um belo vinho, com acidez bem colocada, profundo, com muito porte para pratos ou queijos gordos, mas que provavelmente irá dar que falar entre os mais fundamentalistas dos brancos das Bágeiras. Custa cerca de 8€ e será um forte competidor dentro deste segmento.