Nos dia 17 e 18 de Maio vai ter lugar, na freguesia de Vales do Rio, Covilhã, a 5ª edição da Festa da Tradição, da Folia e do Brulhão – FestiVales 2014 -, uma festa que tem como objetivo ‘homenagear’ o Brulhão como um dos ícones da cozinha tradicional da Beira Baixa. O Brulhão é o prato típico confeccionado à base de carnes de porco, arroz, aromatizado com serpão, um tomilho endógeno do local, cozinhado dentro de estomago de cabra. E é uma das riquezas gastronómicas das aldeias da corda do Rio Zêzere.
Nos dias do FestiVales a aldeia de Vales do Rio recebe milhares de visitantes que já conhecem o festival e regressam todos os anos para apreciar esta iguaria beirã, o Brulhão. Os visitantes terão à sua espera muita animação de rua e folia; barraquinhas de exposições/venda de artesanato e toda uma aldeia decorada com elementos tradicionais como carros de bois, bilhas de azeite, cantareiras, carroças, bem como outros elementos ligados às tradições da terra e da Beira Baixa. Os jogos tradicionais também marcam presença como o rolho e o jogo do cepo. A música tem ficado a cargo de Grupos de Bombos e Fanfarras que não deixam indiferentes os participantes.
Uma das novidades da 5ª edição do FestiVales é a participação do Chef Alexandre Silva, Chef Executivo do restaurante “Bica do Sapato” em Lisboa, que aceitou o desafio de ser Embaixador neste festival tão tradicional e acompanhar a elaboração do Brulhão. Esta tradição reveste-se de interesse comunitário, uma vez que o produto é 100% artesanal, confeccionado para este festival por toda a aldeia, que se reúne em volta desta causa. O Brulhão começa todos os anos com a propagação do tomilho- o Serpão- a lavagem no rio dos estômagos das cabras e finaliza-se no dia do festival onde cada Brulhão é cosido manualmente e cozinhado de seguida.
Jorge Andrade, membro da organização do FestiVales, fala um pouco sobre a festa da aldeia: “Estamos a trabalhar para colocar o brulhão no roteiro da gastronomia nacional como um produto diferenciador. Pela primeira vez vamos ter a ligação à gastronomia de alto nível com a presença do reconhecido chef Alexandre Silva que acredito que vai surpreender todos com as criações que vai desenvolver em torno do Brulhão. Será mais um motivo para virem acompanhar este festival”
Curisosidades sobre a confeção do Brulhão
O Brulhão da Beira Baixa é confeccionado o Arroz Carolino Extra Ceifeira, um arroz cultivado em Portugal, 100% natural, certificado e produzido por uma marca com mais de 85 anos de tradição: a Ceifeira. Os Arrozes da marca Ceifeira distinguem-se dos demais pela qualidade e homogeneidade dos grãos de arroz o que permite obter um produto culinário de características particulares e constantes tanto ao nível do sabor como da textura. Os enchidos que fazem o Brulhão tradicional são também da Beira Baixa, da Salsicharia da Gardunha, no Fundão.
Os vinhos da Beira Interior, da Quinta dos Termos são o néctar que melhor acompanham esta iguaria da Beira Baixa.
Para que o FestiVales possa acontecer todos os anos, estão envolvidos na organização os seguintes grupos, coletividades e movimentos associativos: Amigos dos Bombos, Caça e Pesca, Grupo Desportivo, Rancho Folclórico, Centro Social; A Junta de Freguesia, A Câmara Municipal e empresas das quais se destacam a Lusoestrela, Eurobig e Eurobeiras.
Sobre a origem do FestiVales
Em janeiro de 2010, a Associação Amigos dos Bombos lançou um repto ao restante movimento associativo de Vales do Rio para realizar um evento de cariz cultural que tivesse por base a vivência das tradições. O convite foi aceite e a ideia começou a ganhar corpo. Foi unânime a escolha do Brulhão como tema aglutinador tal a perceção que todos tiveram de ser o elemento a destacar da gastronomia local. Todavia a tarefa mais árdua era confecionar os Brulhões. Quantos? Onde? Como? A solução esteve na partilha e no espírito de entreajuda. Depois de se encontrar aquele que seria a “receita perfeita” para confeccionar o Brulhão, arregaçaram-se as mangas e nasceu o FestiVales. O Centro Social foi o “quartel general” de todo o trabalho de preparação dos Brulhões. Aí se limpam os debulhos, se fazem os sacos, se cortam as carnes, se preparam os Brulhões, de forma tradicional, mas respeitando as regras de higiene e segurança. Reeditaram-se os serões da aldeia, sem lareira, mas com o calor de quem está empenhado em cumprir um sonho.
Fonte: Press Release