Depois de ter provado o Rocim Amphora Branco, que gostei muito, fiquei em pulgas para conhecer os seus irmãos em versão cool. Chegam-nos com a abordagem Nat Cool da Niepoort, um conceito criado por este produtor duriense que pretende ser um movimento entre vários produtores com o objectivo de criar vinhos leves e fáceis de beber. Os tais vinhos glou glou, que entraram definitivamente no glossário enófilo.
Confesso que estes Nat Cool do Rocim excederam as minhas melhores expectativas. Primeiro vêm em garrafa de um litro, a quantidade ideal para duas pessoas quando uma não bebe. Depois trazem uma imagem maravilhosa, com uma versão alentejana do menir do Obélix, num registo divertido em linha com o que vem dentro da garrafa. E por último não estava à espera de vinhos com esta identidade, descontraídos sem serem fáceis nem óbvios.
O Fresh From Amphora Branco 2019 é um lote de Perrum, Rabo de Ovelha e Manteúdo. Vinificou com leveduras indígenas em talhas de barro sem controlo de temperatura e, segundo o produtor, “a forma ancestral de fazer vinho de talha foi totalmente respeitada”. Foi engarrafado sem correcção do mosto depois de 2 meses de contacto pelicular dentro da talha. Nada óbvio no estilo, em registo austero, seco, com fruta branca e uns ligeiros apontamentos minerais. Na boca é simples e fresco, mas sério, com acidez no ponto e uma presença de boca óptima e irresistível. Uma maravilha.
O Tinto segue na mesma linha. Lote de Moreto, Tinta Grossa e Trincadeira, também vinificado em talha com leveduras indígenas, sem controlo de temperatura nem correcção do mosto. Aberto na cor, com fruta vermelha, notas terrosas e vegetais, tem um estilo leve e fresco, mas seco, num registo descontraído e muito glou glou.
Custaram 12€ cada em venda online no mercado de vinhos do Adegga e são daquelas referências para comprar às paletes.