Massa Fresca

Quando temos de ficar em casa tantos dias seguidos, não há telemóveis, computadores ou televisão que nos salvem, chega a um ponto que temos de por a imaginação a funcionar para passar o tempo entretidos. Cozinhar, para quem gosta, pode ser um excelente antídoto a estes tempos de reclusão. E quando o tempo livre é muito até podemos explorar territórios nunca antes desbravados.

Finalmente a Pasta Queen, que nunca tinha visto a luz do dia, saiu da caixa e ia ter a oportunidade de mostrar-nos do que era capaz. Chegava também a hora de ir ao baú buscar as notas da aula de massa fresca do Augusto Gemelli e estavam reunidas as condições para uma tarde bem passada. A massa é muito fácil de fazer, depois tem de repousar, ser estendida na máquina várias vezes até atingir a textura e espessura que pretendemos e depois secar antes de ser cozinhada. Para esta primeira experiência o tipo de massa escolhido foi a Pappardelle e o resultado final foi muito satisfatório. O corte podia ter sido mais aprimorado, de forma que a massa ficasse toda do mesmo tamanho e largura, mas este aspecto mais rústico também lhe deu piada.

Acabou no prato, com um ossobuco estufado e depois desfiado que serviu de molho. Só faltou o toque final do Parmigiano ralado, que não havia e estes tempos também não permitem ir à rua por qualquer razão. Ficou muito bom assim e soube muito bem. Foi também uma forma de viajarmos a Itália, em jeito de esperança, pelos dias horríveis que o povo italiano está a viver. Agora que tomámos o gosto, um dia destes vamos aventurar-nos por uma recheada, depois conto.

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