A visita à Adega José de Sousa é uma viagem à história do vinho em Portugal e do Alentejo em particular, venham daí...
Em ano que comemora o seu 180ª aniversário, a José Maria da Fonseca (JMF) para o seu encontro anual com os bloggers, tinha reservada uma visita ao Alentejo, a um lugar único, a Adega José de Sousa, em Reguengos de Monsaraz.
A Casa Agrícola José de Sousa Rosado Fernandes era uma propriedade histórica do Alentejo, onde se produziu o famoso Tinto Velho, um dos mais aclamados vinhos nascidos na região. Produzido através de métodos ancestrais, com as fermentações a serem feitas em talhas de barro, estes vinhos adquiriam características únicas. Em busca do sonho familiar de produzir vinho no Alentejo e dar continuidade ao mítico Tinto Velho a JMF adquiriu a propriedade em 1986.
Pelo meio, Domingos Soares Franco ia-nos contando as histórias da propriedade e com elas a história do próprio vinho do Alentejo. Algumas muito curiosas, como aquela do espanhol morto* que baptizou a colheita de 1945 de Mata Espanhóis.
A visita à Adega José de Sousa começou com as boas vindas dadas por um conjunto de iguarias alentejanas e a prova de mais dois vinhos. Dois espumantes da marca Lancers, que agora surgem com a imagem renovada. O branco, de Malvasia Fina e Arinto, e o Rosé, uma estreia, de Castelão e Syrah. Ambos brutos, apesar do açucar se fazer notar, bons para início de conversa ou para terminar uma refeição a acompanhar bolos de sobremesa.
Os indícios arqueológicos que se encontram por esta região atestam a milenar prática da cultura da vinha e do vinho no Alentejo. Sabe-se que ainda antes da chegada dos romanos ao território já existia a cultura da vinha, no entanto foram estes, com as suas técnicas mais desenvolvidas que generalizaram a produção. As talhas de barro, onde fermentavam e posteriormente armazenavam os vinhos, foram um dos maiores legados deixados na região, uma prática que ainda hoje é recriada na Adega José de Sousa. Com o segredo da produção das talhas perdido, este património histórico da JMF assume ainda uma maior dimensão.
E assim chegava ao fim mais um bloggers day promovido pela José Maria da Fonseca, que ano após ano continua a fazer questão de abrir as suas portas para dar a conhecer a sua história e dos seus vinhos. Resta-nos agradecer o carinho e a confiança demonstrada para com o nosso trabalho.
*Esta e outra deliciosas histórias podem ser lidas no livro Grande Reserva, do blogger João Barbosa. Vale a pena ler.