Juntei algumas receitas interessantes com que me cruzei ultimamente, e com a ajuda (preciosa) da Sra Joli meti mãos à obra. Tirando uma ou outra falha, no geral a coisa resultou bem.
Começou-se com umas Bruschettas de Filete de Cavala com Caviar de Salmão que ficaram uma delícia. Esta receita foi recriada a partir de uma do Chef Chakall que leva ovas de peixe voador em vez de caviar de salmão. O cebolinho picado também foi uma invenção, que deu mais colorido ao prato e não comprometeu no sabor final. Ver a receita original aqui.
De improviso, a partir de duas alheiras de caça a Sra Joli saiu-se com esta pérola. Folhado de Alheira de Caça com Maçã e Mel. Acompanhado com uma salada verde, com passas e croutons, temperada com vinagre balsâmico “invechiatto di Modena”. Divinal.
Peito de Codorniz lacado com mel, compota de abóbora e crocante de arroz com amêndoa e canela. Inspirei-me numa receita do Chef Leonel Pereira, que por sua vez também se inspirou e recriou a receita original editada no primeiro livro de culinária portuguesa “Arte de Cozinha” escrito em 1680 por Rodrigues Domingues. Vejam aqui a receita e a sua história.
O prato saiu muito bem, mas falhou-me um pormenor muito importante. Não salteei o arroz, pensando que ficasse com muita gordura, mas ao ir ao forno dentro da massa filo ficou seco demais. Amador.
Tirando esse “pormaior” ficou óptimo, a água de flor de laranjeira e a canela dão um sabor magrebino ao arroz que combina às mil maravilhas com o peito da codorniz. Os ingredientes não foram difíceis de arranjar, só não consegui flores frescas (nesse dia não havia no Jumbo e já não estive para calcorrear mais), que foram substituídas por umas desidratadas que comprei na loja gourmet do mesmo hiper. Não eram grande coisa, serviram para dar cor ao prato e pouco mais. No entanto, noutro contexto, por exemplo numa salada, talvez fiquem boas. Rechear a massa filo foi o maior desafio, mas após umas tentativas falhadas lá consegui fazer uma coisa parecida com um bolinho. E crocante.
A espuma de leite fico de fora por um dos comensais ser intolerante a espessantes e afins. Também podia ter tentado fazê-la sem o espessante, mas achei que não havia necessidade.
Nos bebes foram estas jeitosas que acompanharam o repasto. O Capucho 2001 já estava mais para lá do que para cá, mas depois de algum tempo a “arejar” lá deu uns ténues sinais de vida.
No extremo oposto o Passagem 2005, a mostrar vitalidade e a casar na perfeição com os peitinhos de codorniz. Um bom exemplar do Douro, que custa o que vale.