Durante três anos da minha vida morei em Vila Franca de Xira e esse período bastou para ter herdado uma pequena costela ribatejana. Pequena, mas suficiente, para ao fim de tantos anos continuar a não poder passar sem umas idas às feiras da região, autênticos bastiões da “cultura da lezíria”. E se há local onde essa cultura está mais enraizada é na Feira do Ribatejo. Peguei na deixa de um feriado de Junho, e lá fui a caminho de Santarém para visitar a sua 57ª edição.
São imensos e para todos os gostos os motivos de interesse apresentados, mas a gastronomia e os vinhos acabam sempre por focar a minha atenção.
São imensos e para todos os gostos os motivos de interesse apresentados, mas a gastronomia e os vinhos acabam sempre por focar a minha atenção.
…onde se provam os deliciosos sabores alentejanos com os enchidos de porco preto. Muito bom o presunto.
Após um breve olhar generalizado pela feira, acabo por centrar a atenção no Pavilhão A que albergava a feira Prazer de Provar.
Na zona da cozinha ao vivo, outro ponto de interesse da feira, o Chef José Alexandre já estava aos comandos do atelier para crianças.
Na zona da cozinha ao vivo, outro ponto de interesse da feira, o Chef José Alexandre já estava aos comandos do atelier para crianças.
Para de seguida dar lugar ao Chef Nuno Barros da 2780 Taberna e à sua cabidela de galinha.
O programa prometia o Chef Henrique Mouro (Restaurante Assinatura que está quase a abrir), o Chef Nuno Barros (2780 Taberna) e o Chef Davis Jesus (Tavares).
Pena foi que o anfiteatro criado para o efeito fosse totalmente desadequado, ao ponto da possibilidade de ver o trabalho dos Chefs resumir-se a uma dúzia de pessoas. E nem os televisores que transmitiam a apresentação ajudavam muito pois a câmara estava fixa e não focava a bancada de trabalho. Uma pena. Uma situação que certamente a organização vai resolver em edições futuras.
Voltando à apresentação do Nuno Barros. Falou um pouco do percurso da sua Taberna, da mudança de filosofia de cozinha experimental para baixa cozinha. E explicou que Baixa cozinha porque, utiliza produtos injustamente considerados menos nobres e lhes transmitem a sua identidade. Tive a oportunidade de lhe perguntar se o rumor que tinha ouvido da intenção da Taberna passar a ter um menu de vinhos pré-definido (sem opção de alternativa) para harmonizar com os menus degustação, e ele confirmou que sim. Dentro de algum tempo, os clientes que já não escolhiam o que comer, vão também deixar de escolher o que beber. É essa a próxima inovação na Taberna. É essa a sua identidade e vão muito bem assim.
O programa prometia o Chef Henrique Mouro (Restaurante Assinatura que está quase a abrir), o Chef Nuno Barros (2780 Taberna) e o Chef Davis Jesus (Tavares).
Pena foi que o anfiteatro criado para o efeito fosse totalmente desadequado, ao ponto da possibilidade de ver o trabalho dos Chefs resumir-se a uma dúzia de pessoas. E nem os televisores que transmitiam a apresentação ajudavam muito pois a câmara estava fixa e não focava a bancada de trabalho. Uma pena. Uma situação que certamente a organização vai resolver em edições futuras.
Voltando à apresentação do Nuno Barros. Falou um pouco do percurso da sua Taberna, da mudança de filosofia de cozinha experimental para baixa cozinha. E explicou que Baixa cozinha porque, utiliza produtos injustamente considerados menos nobres e lhes transmitem a sua identidade. Tive a oportunidade de lhe perguntar se o rumor que tinha ouvido da intenção da Taberna passar a ter um menu de vinhos pré-definido (sem opção de alternativa) para harmonizar com os menus degustação, e ele confirmou que sim. Dentro de algum tempo, os clientes que já não escolhiam o que comer, vão também deixar de escolher o que beber. É essa a próxima inovação na Taberna. É essa a sua identidade e vão muito bem assim.
Aqui foi possível provar o trabalho dos Chefs e apesar de visualmente este prato não me ter convencido, em termos de sabor estava bom. Penso que só tinha a ganhar se tivesse apurado mais um pouco após o lume desligado (aqui não havia tempo, percebe-se). Este prato foi harmonizado com vinho tinto da Companhia das Lezírias, Catapereiro.
Aqui, já mais apelativo ao olhar (este não provei), outro empratamento com o aproveitamento da restante galinha.
De seguida David Jesus trouxe-nos um arroz de caracóis. Toda a gente se rendeu à técnica do Chef do Tavares, mas mesmo assim vi alguns sobrolhos a franzir quando falou de espumas e alginatos.
O resultado final. Arroz de caracóis com água de tomate texturizada. Muito bonito, simples e saboroso.
Este prato foi harmonizado com o vinho Companhia das Lezírias Fernão Pires 2008. Gostei do vinho, e a harmonização também não ficou mal, apesar dos caracóis serem sempre um prato ingrato de harmonizar.
Este prato foi harmonizado com o vinho Companhia das Lezírias Fernão Pires 2008. Gostei do vinho, e a harmonização também não ficou mal, apesar dos caracóis serem sempre um prato ingrato de harmonizar.
E aqui todo o esplendor da actual cozinha do Tavares. O arroz coberto por uma gelatina de agrião e em cima caracóis esferificados e flores comestíveis.
Espalhados pelo pavilhão, haviam inúmeros expositores com produtos para degustação vindos de vários pontos do país.
Outra actividade em paralelo era o Festival Nacional do Vinho. Evento que tem tudo para se impor no calendário vínico nacional.
Aqui a brigada da Casa Ermelinda Freitas…
Aqui a brigada da Casa Ermelinda Freitas…
…onde descobri este vinho, que gostei ao ponto de ter de trazer umas garrafas. É que também havia uma enorme loja onde era possível comprar os produtos em prova. Vinhos e outros.
Este ano a feira deu um grande salto qualitativo, mostrou um imenso dinamismo, com várias iniciativas a acontecerem ao mesmo tempo. É notória a preocupação de modernizar o certame, com vista a atrair novos públicos, mas sem descaracterizar a forte componente agrícola e as tradições culturais não só do Ribatejo, como de todo o país.
Em relação ao vinho, estão criadas as condições para a realização de uma grande mostra no centro do país, à imagem do que já acontece em Lisboa com o Encontro com o Vinho e no Porto com a Essência do Vinho. Haja interesse dos produtores, espaço e infraestruturas não faltam.
Para terminar, que o post já vai longo, deixo algumas distinções em vários concursos que foram acontecendo durante os dias da feira.
No 1º Concurso Nacional de Mel, o vencedor foi o Mel Serra de Portel e na categoria Biológico, o Mel de Rosmaninho Serras do Guadiana.
No Concurso Nacional de Azeite Virgem Extra, os vencedores foram, na categoria Azeite Virgem Extra, em ex aequo, o Quinta de S. Vicente Cabeço das Nogueiras e Oliveira Ramos. Na categoria Azeite Biológico, o multi-premiado CARM Premium.
Na 4ª edição do Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados, o prémio de melhor vinho a concurso entre os mais de 700 que se candidataram, foi para o Quinta da Lapa Reserva 2008.
O Prémio Prestígio foi atribuído a onze vinhos e foram ainda atribuídas 50 medalhas de ouro e 115 de prata. Toda a lista aqui
Em relação ao vinho, estão criadas as condições para a realização de uma grande mostra no centro do país, à imagem do que já acontece em Lisboa com o Encontro com o Vinho e no Porto com a Essência do Vinho. Haja interesse dos produtores, espaço e infraestruturas não faltam.
Para terminar, que o post já vai longo, deixo algumas distinções em vários concursos que foram acontecendo durante os dias da feira.
No 1º Concurso Nacional de Mel, o vencedor foi o Mel Serra de Portel e na categoria Biológico, o Mel de Rosmaninho Serras do Guadiana.
No Concurso Nacional de Azeite Virgem Extra, os vencedores foram, na categoria Azeite Virgem Extra, em ex aequo, o Quinta de S. Vicente Cabeço das Nogueiras e Oliveira Ramos. Na categoria Azeite Biológico, o multi-premiado CARM Premium.
Na 4ª edição do Concurso Nacional de Vinhos Engarrafados, o prémio de melhor vinho a concurso entre os mais de 700 que se candidataram, foi para o Quinta da Lapa Reserva 2008.
O Prémio Prestígio foi atribuído a onze vinhos e foram ainda atribuídas 50 medalhas de ouro e 115 de prata. Toda a lista aqui