Comer em Braga

Quem diria que estamos numa das cidades cristãs mais antigas do mundo. Fundada pelos romanos (Bracara Augusta) em 27 a. C. rapidamente se tornou um importante centro industrial e comercial. Ao longo da sua história e depois de passar pelas mão de Suevos e Visigodos, tornou-se numa cidade (dos Arcebispos) valorizada e respeitada por toda a Cristandade. Essa riqueza de séculos funde hoje o seu património histórico e arquitectónico com uma cidade jovem, bonita e cosmopolita. A atmosfera é única e especial. Há qualidade de vida e isso é visível nas pessoas com quem nos cruzamos. Na hora de comer (e beber) Braga dispõe de uma rica e diversificada oferta a preços muito convidativos, que reúne em sã convivência uma restauração mais tradicional com espaços jovens e modernos. Destacam-se do receituário tradicional as famosas Papas de Sarrabulho, as Frigideiras, o incontornável Pudim à Abade de Priscos, mas também os Sameiros e os Fidalguinhos. Estamos definitivamente numa das mais bonitas e vibrantes cidades portuguesas. E digo-o perfeitamente à vontade, pois não tenho qualquer ligação emocional à cidade a não ser a que venho estabelecendo enquanto visitante.

A Brasileira

Será, porventura, o melhor lugar para tomar o pulso à cidade e não se concebe uma visita a Braga sem uma passagem por esta casa centenária. Seja para o café da manhã, para o chá da tarde ou apenas como ponto de encontro para a noite que começa, a Brasileira (Largo do Barão de São Martinho 17, 4700 Braga) continua um espaço transversal a todos os bracarenses.  Por aqui tentam manter-se as tradições e merecem atenção a fachada e os interiores em art deco fielmente recuperados.

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Casa Grande Chocolatier

A história de um casal que deixou as suas actividades profissionais para criar uma fábrica de chocolate artesanal em Vila Nova de Famalicão. Hoje tem lojas em diversas cidades do país e um portefólio infindável de tentações em forma de chocolate. Bombons, trufas, pipocas de chocolate, chupas, chocolate quente, tabletes diversas, etc, são motivos mais que suficientes para nos lambuzarmos nesta Casa Grande (Largo Barão de São Martinho 72, Braga).

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Casa dos Crivos

Aqui não se come mas alimenta-se o espírito. E nem que seja apenas para contemplar a fachada de gelosias vale a pena uma visita à Casa dos Crivos (Rua de São Marcos, 37-41, Braga).  Desde 1980 e depois de uma controversa remodelação passou a galeria de arte e espaço de exposições. Quando por lá passei exibia a interessante exposição ‘Bracara Cartographica’, com mapas, plantas e vistas gerais de Braga.

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Pomar Mariazinha

Chamou-me a atenção o colorido que as frutas e legumes deste lugar emprestam à Rua de São Marcos (78). Em frente à Casa dos Crivos, uma frutaria quase centenária, que a Dª Mariazinha deixou aos seus descendentes que continuam a servir produtos frescos e a assegurar o negócio de família. Vale a pena entrar e sentir os aromas. Aposto que não conseguem sair sem comprar nada.

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Bconcept – Ao Pé da Sé

Uma concept-store na verdadeira acepção do termo. Muitos e bons motivos para cruzar esta porta (nº 15 da Rua de São João, 4700-325 Braga) e passear pelas muitas salas deste bonito e contemporâneo espaço. Lá dentro há muito para ver. Artigos vintage, vestuário, joalharia, acessórios, galeria de arte e na parte que mais nos interessa, uma loja de vinhos e outra de produtos gourmet. Há também uma cafetaria/restaurante onde se pode almoçar por preços simpáticos.

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Sé la Vie

A Rua Dom Paio Mendes, bem de frente para a Sé de Braga, é uma das artérias principais da movida bracarense e são muitos os que aqui param em jeito de ponto de encontro para a noite que começa ou simplesmente para tomar um copo entre amigos. Para ouvir música – ao vivo ou em modo dj set – é obrigatória uma visita ao bar Sé la Vie (Rua Dom Paio Mendes 37, 4700-424 Braga) que tem sempre uma oferta de qualidade para oferecer, incluindo dj sets de Adolfo Luxuria Canibal, o carismático líder da banda bracarense Mão Morta. Nos comes há petiscos diversos e pratos vegetarianos e muita cerveja internacional a jorrar das torneiras. Uma Braga cool e alternativa.

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Tíbias de Braga

A Cidade dos Arcebispos tem na doçaria e na pastelaria uma das suas principais atracções gastronómicas e é berço de algumas das mais deliciosas pastelarias do nosso país. É por isso obrigatória, numa visita à cidade, esta abordagem mais doce. As opções são muitas, dos espaços mais tradicionais aos mais modernos, mas para hoje a minha escolha recai neste Tíbias de Braga (Praça Conde São Joaquim 32, 4700-210 Braga), um projecto do jovem chef pasteleiro João Benjamim Araújo. Por aqui as Tíbias (de vários sabores) são quem mais ordena, mas a escolha é variada e inclui macarrons (João trabalhou vários anos em França) e bolos de aniversário.

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Taberna Belga

À Taberna Belga (Rua Conego Luciano Afonso dos Santos 1A, 4700-371 Braga) vai-se essencialmente pelas Francesinhas. Há mais oferta, mas é esta iguaria nortenha que dita as regras da casa. O serviço é rápido mas o local é muito concorrido pelo que nas horas de maior afluência é provável que haja espera (mas que não é longa). O molho é diferente (com mais acidez) mas bom e harmoniza muito bem o conjunto pois resulta equilibrado e conseguem sentir-se os sabores de todos os ingredientes. Como se isto tudo já não bastasse, ainda é barato e tem uma agradável esplanada.

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Gnration

Criatividade sem limites, num espaço que já foi quartel da GNR e sofreu esta grandiosa intervenção no âmbito da Braga Capital da Cultura 2012. Vale a pena percorrer as suas salas até ao pátio interior, onde o chão é irregular e as paredes cobertas de jardins verticais. Obrigatório para os fans de arquitectura e design (Praça Conde de Agrolongo 123, 4700-312 Braga).

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Mercado da Saudade

Esta loja de souvenirs não é bem uma loja de souvenirs. É que para além dos souvenirs mais cool da cidade (estilo A Vida Portuguesa), todos de origem portuguesa onde nem os ténis Sanjo faltam, também é lugar para se beber um copo de vinho enquanto se picam uns petiscos. A filosofia do Mercado da Saudade (Rua Dom Paio Mendes 59, 4700-424 Braga) passa pela oferta de produtos com o selo “Portugal Sou Eu”, um programa criado em 2011 pelo Ministério da Economia com o objectivo da oferta dos produtos produzidos e fabricados em Portugal. Vale a visita e uma paragem na esplanada com vista para a Sé.

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Frigideiras do Cantinho

Fundada no final do século XVIII é um dos estabelecimentos comerciais mais antigos da cidade. Como se isso não bastasse é aqui que podemos encontrar as famosas Frigideiras, os folhados de carne que se tornaram um símbolo gastronómico da cidade. Alegam confeccionar as genuínas Frigideiras seguindo uma receita centenária, que obviamente é secreta. Ao longo dos tempos, o edifício onde se encontra a Frigideiras do Cantinho (Largo de São João do Souto 1, Braga) sofreu várias intervenções de reabilitação e numa delas, no final do século passado, foram encontrados vestígios romanos que são hoje visíveis do interior da pastelaria.

Mavy

A Livraria Mavy (Rua Dom Diogo de Sousa 133, 4700-422 Braga) na realidade já não é uma livraria. O lugar onde foi fundada em 1888 a Livraria Cruz, mais tarde Bertrand Cruz, é hoje um espaço multi-cultural onde além da leitura, a música e a arte fazem parte da programação deste bar-galeria do centro da cidade de Braga. Durante o dia há jornais e revistas para ler tranquilamente, enquanto que à noite a vertente de bar ganha protagonismo. Para confortar o estômago há tostas, algumas com nomes curiosos, petiscos vários e cerveja ou vinho para empurrar. Aberto todos os dias até às 03:00.

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Ferrugem

Deixamos Braga por uns momentos para dar um saltinho ao concelho de Vila Nova de Famalicão, mais propriamente à aldeia de Portela, apenas a 12 km do centro da cidade de Braga. Uma distância insignificante quando se trata de visitar um dos melhores restaurantes do país. Sobre o Ferrugem (Rua das Pedrinhas 32, 4770-379 Portela VNF) já disse tudo aqui.

Twine

Wine bar com decoração moderna e bons petiscos para acompanhar. Boa carta de vinhos, não muito extensa mas com excelentes opções e a preços honestos. Há no entanto espaço para melhorar. Apenas cinco brancos e três tintos a copo pareceu-me insuficiente para um lugar que se denomina wine bar. Para compensar o serviço a copo é muito bom. As garrafas vêm à mesa, o vinho é dado a provar e as quantidades são justas. O tinto vinha uns graus acima do desejável, mas isto já é a minha costela de wine freak a falar. Para trincar, por entre outros petiscos, é incontornável a Sandes de Rojão de Bochecha de Porco. Não diria para fazer uma refeição, mas em jeito de petisco e copo de vinho, vale a pena parar no Twine (Largo de Santa Cruz 28, 4700-322 Braga).

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Casa de Pasto das Carvalheiras

A Casa de Pasto das Carvalheiras (Rua D. Afonso Henriques 8, Braga) é outro lugar modernaço no centro da cidade, com uma decoração bonita, gente gira e petiscos com nomes pomposos. O responsável pela carta é o Chef João Poupo Lameiras, que através das suas receitas de autor traz uma oferta diferente a este espaço. A Lembrar a Salada Grega (boa salada quente de queijo feta, com sementes de sésamo, pickle de pepino e vinagrete de mostarda de dijon), Rolos de Frango Fumado (bons mas com um doce de manga que abafa tudo) por ex) ou as doces e boas Canilhas (charutos de massa de biscoito com recheio de doce de ovo e canela), são três das opções disponíveis na carta. Bom serviço de vinho a copo. A garrafa vem à mesa, o vinho é dado a provar, mas os preços podiam ser um pouco mais comedidos. Nas colunas os Zero 7 tocavam mais alto que o desejável, o que juntamente com o ruído ambiente dava em berreiro. Ou talvez fosse pelo adiantado da hora e queriam limpar a casa, fica a dúvida.

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Domus 26 Guesthouse B&B 

Ufa que isto cansa! O corpo pede descanso e uma boa noite de sono. Sem sair do centro da cidade, o Domus 26 (Avenida São Miguel o Anjo 26, Braga) é uma excelente opção e tem a estação da CP a dois passos.

A restauração tradicional ficou de fora desta publicação mas contará com especial destaque na próxima actualização. 

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