Tomaz Vieira da Cruz, apesar de um ilustre desconhecido para a grande maioria dos consumidores, tem vindo a afirmar paulatinamente a qualidade e caracter dos seus vinhos. E têm de ser mesmo bons para, sem uma grande máquina de marketing por detrás, afirmar vinhos produzidos na região do Tejo a partir de castas como a Fernão Pires, a Semillon, a Alvarinho ou a Tinto Cão.
Em Salvaterra de Magos, nas suas vinhas da Terra Larga, Tomaz tem feito vinhos notáveis, que aos poucos vão sendo descobertos por cada vez mais apreciadores. Quem não se lembra do Terra Larga de 1999 ou o Quinta de Mahler de 2000, vinhos que necessitaram de bastantes anos para terem o seu reconhecimento mas que fizeram as delícias dos apreciadores de brancos velhos.
Há umas semanas, ao passar por uma fotografia de um destes vinhos numa rede social, lembrei-me que há muito tempo que não provava os vinhos das Areias Gordas. Liguei ao Tomaz, que anda amiúde por Lisboa, e encomendei os últimos lançamentos.
Tenho gostado do que tenho provado até ao momento, mas este Areias Gordas 2015 até agora foi o meu favorito, que maravilha. Um dueto improvável de castas, Semillon e Alvarinho, dão lugar a um vinho cheio de caracter e nem os 12º de álcool lhe retiram presença e comprimento de boca. Parece frágil de tão fino, mas tem uma pureza e subtileza que nos seduz totalmente. É um vinho viciante, tão leve e fresco que se bebe como água. Definitivamente, um dos melhores brancos da região que bebi nestes últimos tempos. Até apetece dizer que as Areias Gordas no campeonato dos vinhos do Tejo jogam numa liga à parte.
Areias Gordas Branco 2015
Produzido pela Sociedade Agrícola das Areias Gordas em Salvaterra de Magos, Tejo.
Lote de Semillon e Alvarinho em partes iguais.
12º de volume de álcool
O Semillon passou durante 6 meses por aduelas de madeira nova.
Enologia de Tomaz Vieira da Cruz.
8€ em compra directa ao produtor através do 912299223.
16,5 pontos