Produzido por Alexandre Almeida Hotels no Hotel Palace do Bussaco.
Lote de Encruzado, Maria Gomes e Bical.
Fermentação e estágio por 12 meses em grandes barricas de carvalho. Uvas provenientes das regiões do Dão e Bairrada.
Durante muito tempo os vinhos do Buçaco só podiam ser provados ou adquiridos nos hotéis do grupo Alexandre Almeida, em especial no Hotel Palace do Bussaco, tendo essa exclusividade ajudado ainda mais a tornar estes vinhos em verdadeiros ícones. Hoje a história é diferente, mas não é por isso que estes vinhos clássicos, que caminham a passos largos para um século (!) de colheitas, não continuam a ter uma grande aura de exclusividade e reputação. São de facto vinhos distintos e arrebatadores. Uma das suas características mais reconhecidas é a capacidade de guarda, havendo vinhos em boa forma com muitas décadas de vida. Mas, não são todos, apesar da habitual excitação generalizada das redes sociais com os vinhos velhos (todos, não só os Buçaco), por vezes encontramos grandes diferenças entre garrafas e colheitas. Recentemente bebi um Buçaco Branco de 2001 que estava claramente em queda, uns bons furos abaixo do que nos habituaram os Buçaco Branco de 2001 e se tivesse de o comparar com o 2017 de que hoje falo, não teria qualquer dúvida em preteri-lo. Talvez o 2017 não seja o Buçaco Branco mais longevo que vamos conhecer e também talvez por isso possa estar pronto mais cedo, mas é verdade é que já dá uma excelente prova neste momento. Mostra aquele estilo distinto, transversal a todos os Buçaco, que fazem deles vinhos diferentes de todos os outros brancos portugueses. Vivo, seco, já com boa complexidade, com algumas notas mais primárias da fruta em excelente diálogo com outras resinosas, de mel e uma barrica bem integrada, destapando o véu do que irá ser nos próximos anos. Na boca ataca com energia, amplo, cremoso, ácido, numa harmonia saudável entre presença e elegância. Já se bebe lindamente, mas mais uns aninhos de garrafa não lhe farão mal. Mais uma boa colheita deste mítico branco português.
