Se um taliban do Dão diz bem de um branco alentejano, então convém ficar alerta, já dizia Sun Tzu no famoso A Arte da Guerra.
Há dias, a deambular por uma superfície comercial, deparei-me com o dito e ainda por cima a um preço convidativo. Trouxe-o para casa.
Depois de ter descongelado umas petingas, já amanhadas, que andavam perdidas desde o Verão, fritei-as e pedi à minha prendada mulher que fizesse aquele arrozinho de feijão que só ela sabe fazer. Definitivamente um dos melhores que encontro por estes dias. E estou perfeitamente à vontade para dizer isto, pois sei que ela não lê o meu blog. Não estou portanto a tentar ganhar créditos para negociar uma parte do roupeiro para guardar mais vinho.
Chegada a hora de abrir e verter para o copo o dito cujo sou obrigado a dar razão ao nosso Pingus, isto está um belo vinho e pode muito bem ser uma referência para a região. Um clássico bem actual.
Não traz flores, nem aromas demasiado frutados, o que é logo um bom cartão de visita. Antes um perfil sério, com alguma contenção, perfumado mas sem excessos, onde as suaves notas de barrica surjem muito bem integradas num fundo que mistura fruta fresca e sugestões vegetais. A boca está uma maravilha. Fresca, seca, com volume, num equilibrio viciante que faz apetecer mais um copo. O final é uma delícia, de acidez fina e sabor citrino. Quero mais.
Tapada de Coelheiros Branco 2015
Produzido pela Herdade dos Coelheiros em Igrejinha, Arraiolos, Alentejo.
Lote de Arinto, Roupeiro e Chardonnay.
13º de volume de alcool
Parcialmente fermentado em barrica.
Enologia de António Saramago.
Cerca de 10€ na grande distribuição.
16,5 pontos