Há luxos que não custam muito dinheiro mas são verdadeiros luxos. É triste constatar que em pleno Verão e numa cidade como Lisboa, com tantas grandes superfícies comerciais, não se consiga encontrar tomate em condições. É uma realidade desoladora. Felizardos aqueles que fora da grande urbe têm acesso a estas coisas tão simples e tão boas.
Olho para trás 20 anos e lembro-me da facilidade em encontrar bom tomate nos mais simples pontos de venda. Dos mercados à mercearia de bairro, era uma banalidade que agora lhe dou valor. Vermelhos intensos, carnudos, doces, que apetecia comer à dentada.
Há dias numa grande superfície lá tropecei nuns Coração de Boi, a preços especulativos pois está claro, que isto de pequenos luxos tem o seu preço. A qualidade não era extraordinária, longe disso, mas como em terra de tomate desenxabido quem tem coração de boi é rei, aquilo foi quase um manjar de deuses.
Abriu-se um bom azeite, que o momento era solene, e salpicou-se com boa flor de sal. Assim, sem mais nada. Serviu para enganar as saudades.
Uma boa alternativa na cidade de Lisboa às grandes superfícies comerciais, no que a vegetais diz respeito, são os mercados biológicos que habitualmente aos fins de semana acontecem em alguns pontos da cidade. Um dos mais antigos e conhecidos é o que acontece no Jardim do Príncipe Real aos sábados de manhã, onde se reúne um bom conjunto de produtores que disponibilizam alguns exemplares verdadeiramente bons. Mas atenção, isso implica acordar cedo e nestes meses de Verão sacrificar a praia matinal.
Além dos mercados biológicos aos Sábados (Príncipe Real, Campo Pequeno, …), é possível encontrar com bastante regularidade na Horta do Bairro em Campo de Ourique.