Real Companhia Velha – Novidades 2015

Se fosse necessário reforçar as aptidões e a diversidade das várias quintas da Real Companhia Velha esta prova tinha servido perfeitamente para o efeito. Cinco referências, todas elas muito diferentes entre si, que demonstram a riqueza de possibilidades ao alcance das diversas vinhas do universo da RCV, cada uma com as suas características tão próprias. Por entre ensaios e novidades, afirmações e confirmações, provaram-se cinco vinhos que são um reflexo do apurado trabalho de inovação que tem sido desenvolvido nestes últimos anos e a prova que o Douro permite produzir vinhos com uma grande diversidade de estilos.

O restaurante Gambrinus, bem no coração da cidade de Lisboa, foi o lugar escolhido pela equipa da Real Companhia Velha para apresentar as últimas novidades do seu portefólio.

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Se necessário fosse reforçar as aptidões e a diversidade das várias quintas da Real Companhia Velha esta prova tinha servido perfeitamente para o efeito. Cinco referências, todas elas muito diferentes entre si, que demonstram o leque de possibilidades ao alcance das diversas vinhas do universo da RCV, cada uma com as suas características tão próprias. Por entre ensaios e novidades, afirmações e confirmações, provaram-se cinco vinhos que são um reflexo do apurado trabalho de inovação que tem sido desenvolvido nestes últimos anos e a prova que o Douro permite produzir vinhos com uma grande diversidade de estilos.

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A prova fez-se à mesa, na companhia dos pratos clássicos e datados deste bastião da restauração Alfacinha que é o Gambrinus. E não me refiro a datado no sentido pejurativo, antes uma confirmação do que é e sempre foi o Gambrinus, que no dia que deixar de ser “datado” e “clássico” deixa de ser o lugar emblemático que é. Importante é referir que as combinações dos vinhos com a comida resultaram bem e por isso estão de parabéns os escanções da casa.

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Ainda antes da prova, os responsáveis da Real Companhia Velha presentes, Pedro Silva Reis, director de marketing, Rui Soares, responsável de viticultura e Jorge Moreira, director de enologia, enquadraram o momento e destacaram a qualidade e quantidade de terroirs que têm à disposição, deixando algumas indicações de como foi possível chegar a estes resultados. Passemos à mesa.

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Foi um espumante que abriu a prova. À terceira edição o Real Companhia Velha Espumante Chardonnay & Pinot Noir Bruto 2013 (PVP 19€) saltou do “laboratório” Séries e, devido ao sucesso das anteriores edições, passou a integrar o portefólio regular da empresa. Vinhas da Quinta do Cidrô, no planalto da Pesqueira, sujeitas à frescura e grandes amplitudes térmicas daquele local, deram origem a um vinho espumante muito conseguido. Ligeiramente mais carregado na cor, fruto da maior quantidade de Pinot no lote, tem um aroma fresco com a fruta bem combinada com notas de panificação, num perfil aromático a piscar o olho a alguns champanhes jovens. Na boca mostra bom equilíbrio entre açúcar e acidez, num estilo fresco e com um ligeiro apontamento mineral que lhe dá personalidade. Temos espumante de luxo para as festas que se aproximam. Edição limitada a 3000 garrafas.

Foi casando com os célebres – para muitos os melhores de Lisboa – croquetes do Gambrinus e com umas fatias de presunto ibérico da marca 5J.

Depois de o ano passado nos ter dado a conhecer a casta Samarrinho, o projecto Séries – o banco de ensaio onde a RCV produz os seus vinhos experimentais e com novos perfis, muitas vezes com castas tradicionais esquecidas ou outras pouco conhecidas, que quando resultam são incluídos no portefólio tradicional – na colheita de 2014 traz-nos outra casta branca pouco conhecida. O Real Companhia Velha Séries Moscatel Ottonel branco 2014 (PVP 15€) é um vinho inédito, produzido a partir de uma variedade de Moscatel pouco conhecida, que é possível encontrar na Áustria e na região francesa da Alsácia. Em 2003 foram plantados experimentalmente 2 hectares de Moscatel Ottonel na Quinta do Casal da Granja e agora o resultado desse trabalho chega à garrafa. Aromaticamente a fazer lembrar algo entre a Gewurztraminer e o Moscatel, com uma forte componente floral onde se destacam as rosas e a fruta exótica como as lichias. Na boca temos um vinho fino, de perfil jovem, com recorte fresco, de traço mineral e uma acidez bem alta. Não tem qualquer passagem por madeira e foram produzidas apenas 1200 garrafas.

Harmonizou com um suave Caril de Gambas, onde o molho foi preparado com o próprio vinho.

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Entrámos nos tintos com dois vinhos que surgem no seguimento de duas edições comemorativas. Registada em 1913, a marca Evel (anagrama de leve) celebrou o seu centenário em 2013 com a edição de um vinho comemorativo da efeméride, o Evel XXI Centenário tinto 2010. Agora surge-nos o Evel XXI Grande Reserva tinto 2012 (PVP 40€), um lote de vinhas velhas de Touriga Nacional e Touriga Franca, definido pelos seus responsáveis como um vinho com a irreverencia da Quinta do Sibio e a seriedade da Quinta das Carvalhas (vinhas velhas). Jorge Moreira em tempos tinha afirmado que o perfil dos Evel iria evoluir para um estilo com mais corpo e mais boca, algo que este vinho vem confirmar. A empatia é imediata ao levarmos o copo ao nariz. Rico, intenso, opulento, com a fruta e a barrica, de grande qualidade, em bonito dialogo. A boca afina pelo mesmo diapasão. Com acidez e taninos presentes a conferirem bom equilíbrio ao conjunto. O final é de luxo e de grande comprimento. Estagiou durante um ano em barricas novas e foram produzidas apenas 3000 garrafas.

Acompanhou um dos ex-libris da carta do Gambrinus, o intemporal Empadão de Perdiz.

Outra edição especial lançada nestes últimos anos pela RCV foi o Quinta de Cidrô Celebration tinto 2010, para comemorar os 20 anos de viticultura moderna na Quinta. No seguimento desse vinho e em homenagem ao Marquês de Soveral (nascido em 1851 na própria Quinta de Cidrô), chega agora ao mercado o Quinta de Cidrô Marquis tinto 2012 (PVP 40€). Cabernet Sauvignon (40%) e Touriga Nacional, num conjunto menos exuberante que o anterior, mas igualmente de grande potência e profundidade. Alguma austeridade no aroma, com a fruta (preta e madura) e a barrica bem temperadas por um vivo traço vegetal conferido pelo Cabernet. A boca é cheia, de corpo e taninos poderosos, com acidez e secura que trazem mais seriedade ao conjunto. Não será tão consensual como o Evel, até porque parece necessitar de mais tempo, mas é igualmente um tinto de grande qualidade. Estagiou em barricas (novas e usadas) durante 14 meses e foram produzidas 3500 garrafas.

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Com a sobremesa, um Souflé de Baunilha com Frutos Macerados preparado na sala, à frente de todos, fazendo jus ao serviço de sala clássico do Gambrinus, chegou a última novidade da prova, o também ele clássico, Grandjó Late Harvest branco 2012 (PVP 19€). A última edição deste colheita tardia do Douro, uma, senão a maior, referência dentro do estilo em Portugal, era de 2008 e por isso a expectativa era imensa para voltar a provar um Grandjó colheita tardia. As uvas de Sémillon que compõem este vinho saem das vinhas da Quinta do Casal da Granja, localizada no planalto de Alijó e a maior do universo da RCV. A altitude das vinhas e a humidade relativa muito alta que se faz sentir no Casal da Granja proporcionam condições de excepção para o aparecimento da botritys, elemento essencial para desenhar um bom vinho de colheita tardia. Aromaticamente complexo, com os frutos secos, a fruta em calda, o mel e as notas tostadas a criarem um ambiente muito sedutor. Untuoso e persistente, com a doçura melosa bem equilibrada pela acidez, como é apanágio deste vinho. O final é guloso e de bom comprimento. Foram produzidas 6500 garrafas.

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A equipa da Real Companhia Velha a sorrir depois da apresentação de mais um conjunto de vinhos que expressam o caminho que a empresa redesenhou em 2010 com o regresso de Jorge Moreira à enologia da casa.

Como esta será provavelmente a última publicação antes do Natal, aproveito a ocasião para desejar a todos um Feliz Natal.

 

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