Os Lavradores de Feitoria são uma associação de 16 produtores da região do Douro criada no ano 2000 com o objectivo de reunirem sinergias para enfrentar as exigências do mercado, algo que sozinhos não conseguiriam. Com esse propósito constituíram uma empresa onde existiria apenas uma marca, uma adega e uma equipa de enologia, que teria a responsabilidade de desenhar os vinhos e a estratégia que os lançaria no mercado.
Hoje, com uma área de vinha superior a 600 hectares, distribuída pelas 20 quintas dos seus associados no Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, a empresa é uma referência na região com um alargado portefólio e com uma presença efectiva em alguns mercados externos. Existem dois nomes que não podem ser dissociados deste percurso de sucesso, Paulo Ruão, director de enologia e, Olga Martins, CEO e directora comercial, considerada executiva do ano em 2013 pelos prémios Máxima Mulher de Negócios, promovidos pela revista Máxima e pelo Jornal de Negócios.
E foram precisamente Olga Martins e Paulo Ruão que vieram a Lisboa, ao Memmo Alfama, apresentar as novidades que este produtor duriense acabou de lançar. Quatro vinhos, todos brancos, os já conhecidos Três Bagos Branco e Três Bagos Sauvignon Blanc, aqui nas versões da colheita de 2013 e duas novidades, a edição especial do Riesling Rui Paula 2012 e o Três Bagos Colheita Tardia 2010.
Dos primeiros três já dei conta nas legendas das fotos, ficou a faltar o Colheita Tardia, um vinho que nasceu na necessidade do produtor ter um vinho de sobremesa no seu portefólio, já que não produz Vinho do Porto. E assim nasceu um Três Bagos doce, feito da casta Sémillon, de bonita cor dourada, que se mostrou muito aromático, com notas de figos secos e mel. Na boca mostrou boa untuosidade e apesar de não ser exageradamente doce, poderia, para o meu gosto, ter uma acidez mais afirmativa. Foram cheias 700 garrafas de 0,5 l.
Estão de parabéns os Lavradores de Feitoria. Não só por estes vinhos recentemente lançados, mas acima de tudo pelo percurso de sucesso que têm traçado.
Uma palavra final para o lugar da apresentação. Em pleno bairro de Alfama, o Memmo é uma pedrada no charco daquele intricado bairro lisboeta, que por sinal está cada vez mais bonito. Uma moderna unidade hoteleira, decorada com extremo bom gosto, que tem o seu epicentro na esplanada do último piso virada para o Tejo, onde decorreu a mostra dos vinhos. Um lugar magnífico.