Foi com grande prazer que recebi o convite do pessoal do Adegga para sugerir uma lista de vinhos para a quadra natalícia a partir do seu mercado de vinhos.
O Adegga Marketplace foi criado em Abril deste ano, em plena crise pandémica, como resposta à necessidade dos produtores terem um canal online para puderem continuar a vender os seus vinhos. Faz parte do adn do Adegga sentir os desafios do mercado e rapidamente encontrar soluções. Actualmente são mais de 150 produtores com loja no Adegga Marketplace, das grandes casas produtoras, aos projectos mais indie, com uma oferta para todos os gostos e preços.
Seleccionar dez vinhos no meio de mais de 1500 não é tarefa fácil, será sempre um exercício muito subjectivo, mas procurei a diversidade de estilos e de preços. Penso que é uma bela lista, com óptimos vinhos, que trará felicidade a qualquer mesa nesta quadra festiva. Espero que gostem e que sejam sugestões que possam contribuir para as vossas escolhas.
Espumante Kompassus Blanc Brut 2016 – O espumante, ou o champagne para os mais abonados, é um tipo de vinho que não pode faltar numa mesa festiva. Este Kompassus é um todo o terreno que dá para brindar, para bebida de boas vindas e, como é seco o suficiente, possibilita um bom casamento à mesa com uma grande diversidade de pratos.
Anselmo Mendes Contacto Alvarinho 2019 – Um branco leve também é uma opção que fica sempre bem nestas ocasiões. O Contacto é um best seller de Anselmo Mendes e, colheita após colheita, nunca nos deixa ficar mal. Fresco, frutado e com uma boa dose de minarelidade, chama por entradas e dois dedos de conversa.
Quinta da Vegia Vinha de Santa Ana Branco 2017 – Para os pratos com mais substância vamos precisar de vinhos com mais estrutura, como é o caso deste delicioso branco do Dão produzido pela Casa de Cello na Quinta da Vegia. Dêem-lhe bacalhau e depois falamos.
Muxagat Os Xistos Altos Brancos 2017 – Outro que irá namorar descaradamente com os pratos de bacalhau será o Xistos Altos, produzido no Douro Superior, pela Muxagat Vinhos, a partir das uvas de Rabigato. Um luxo.
Casa de Saima Baga Tonel 10 Tinto 2018 – Não se assutem por ser um Baga de 2018, foi feito para ser bebido jovem e está uma delícia. É um tinto polivalente, mas eu guardava-o para abrir as hostilidades, antes de passar a vinhos mais encorpados. Foi decididamente um dos meus tintos favoritos do ano abaixo dos 10€.
Rosa da Mata Alfrocheiro 2018 – Outro tinto elegante, saboroso e fácil de beber, sem estágio em barrica, privilegiando a pureza da fruta e da casta Alfrocheiro no Dão. Apesar da leveza, este já tem um pouco mais estrutura, pelo que já o podem colocar à mesa com pratos com mais substância.
Quinta de Foz de Arouce Tinto 2015 – Foz de Arouce é um projecto singular no imenso universo da João Portugal Ramos. É uma propriedade com mais de dois séculos, na Lousã, a meio caminho entre a Bairrada e o Dão. Os vinhos que aí se produzem são extraordinários, de pureza, de carácter, da tradição do lote de Baga com Touriga Nacional. Este tinto é mais jovem, mais pronto a beber, com um perfil mais consensual, que irá lindamente com os pratos de carne desta quadra. Se estiverem mais abonados, tentem o Vinhas Velhas de Santa Maria e tenham o prazer de beber um dos grandes tintos produzidos em Portugal.
Mouchão Tinto 2014 – Beber um Mouchão é sempre um momento especial. O clássico dos clássicos. Nascido no Alentejo a partir de vinhas muito velhas de Alicante Bouschet da Herdade do Mouchão, é um vinho que eleva o Alentejo à escala planetária. Tudo o que se possa dizer sobre o Mouchão é redundante, por isso tragam os assados de forno e deixem-nos sonhar.
Madeira Blandy’s 10 Anos Bual – Infelizmente o Vinho Madeira ainda é um corpo estranho na mesa dos portugueses. Não deixa de ser curioso produzirmos um dos grandes vinhos fortificados do mundo e não olhar para ele com esse estatuto. Bem sei que os preços destes vinhos não são os mais amigáveis, mas estamos perante autênticas jóias. Este Blandy’s Bual é um meio-doce acessível, delicioso e uma excelente porta de entrada para o maravilhoso mundo dos Madeira. Fará uma ligação pornográfica com os tradicionais frutos secos.
Porto Kranemann 20 Anos – Para terminar a ceia vamos esticar-nos um pouco no preço. Não podia faltar um Porto na mesa de Natal por isso escolhi este vinho de um produtor jovem, ainda pouco conhecido, mas que se apresentou ao mercado com um Tawny 20 Anos surpreendente de bom. Não se desmotivem com o preço, é que este 20 Anos tem a complexidade e profundidade de muitos de 30. E não estou a exagerar.