É Arinto. É de Lisboa. E está bem fixolas.
Fresco, fiel à casta, focado nos citrinos, com uma leve untuosidade que lhe confere bom volume de boca.
Excelente acidez, equilibrada e afirmativa, que espevita o vinho e convida ao consumo à mesa.
A barrica está lá apenas para adornar, muito suave, sem causar qualquer mossa na fruta (algo que se acentuou depois de 24 horas aberto).
Um vinho de bom recorte, acessível, consensual, de álcool moderado, que se bebe muito bem. Gostei.
Este produtor, com história na região, encetou nos anos 90 uma modernização da adega (de 1930), num processo que passou também pela implementação de novos métodos de viticultura e enologia. Nas vinhas também houve uma reestruturação, cabendo hoje nos 15 hectares que dispõem, as castas Arinto, Fernão Pires, Moscatel Galego e Sauvignon Blanc nas brancas, Touriga Nacional, Syrah, Castelão, Tinta Roriz e Touriga Franca nas tintas. Vale das Areias é uma das parcelas mais antigas da Sociedade Agrícola da Labrugeira, próximo do Montejunto, em Alenquer.
Em 2013, este produtor foi muito falado na imprensa, quando o Vale das Areias Syrah Tinto 2010 foi considerado o melhor vinho do Concurso Vinhos de Portugal. A enologia recente esteve a cargo de Pedro Marques (Vale da Capucha) – cujos vinhos e o próprio conheci nesta ocasião – e desde o ano passado é assegurada por João Palmeira, com a consultoria enológica de Hugo Mendes, conhecido pelo seu trabalho na Quinta da Murta.
Vale das Areias Arinto Branco 2015
Produzido pela Sociedade Agrícola da Labrugeira
Casta Arinto
3 meses de estágio em barrica
12,5% de volume de álcool
15,5 pontos.