Confesso que desconhecia a dimensão física e histórica da Real Companhia Velha. Tinha presente que estávamos perante um dos maiores produtores de vinho do nosso país, com uma história tão rica que se confunde com a história do Douro, sabia também que o património, dos vinhos às quintas, era gigantesco e de valor histórico incalculável, mas nada me preparou para a realidade que encontrei na visita que tive oportunidade de fazer recentemente ao universo da empresa.
Foram três dias em que viajámos por entre quintas, caves e adegas. Em que ficámos a conhecer um património histórico de grande valor onde até se inclui um palácio. Provámos (e bebemos), na companhia da melhor gastronomia regional, uma alargada selecção dos melhores vinhos que a Real Companhia Velha produz e já produziu. Mas foram as pessoas, que nos receberam e que nos passaram o seu conhecimento, com a sua autenticidade e paixão pelo que fazem, que mais me marcaram. Se a grandeza de uma empresa é feita pelas pessoas que dela fazem parte, a Real Companhia velha pode dar-se por feliz pela qualidade dos seus profissionais.
Pareceu-me, ao nível dos vinhos, que o regresso do enólogo Jorge Moreira, que tinha deixado a empresa em 2002, está a funcionar como um bálsamo na definição do perfil dos mesmos. Uma empresa com tantas referências e tanta diversidade de vinhas e estilos de vinho necessita de uma estratégia bem definida e objectiva neste campo. A imagem dos mesmos também está a ser trabalhada e actualizada, mas neste aspecto ainda existe algum trabalho a fazer, em especial com os Vinhos do Porto. Hoje em dia o que está dentro da garrafa tem de ter uma imagem à altura sob pena de se desvalorizar o produto. E qualidade na matéria prima é o que não falta por aqui.
No final, depois de se conhecer esta realidade, percebe-se melhor a filosofia de uma empresa com um património gigante, que apesar da riqueza da sua história continua com uma forte e efectiva aposta na experimentação e inovação. A preocupação com o posicionamento da empresa em termos de marketing também é óbvio e não é de estranhar a intenção declarada de estar na linha da frente do comboio das novas tecnologias que o século XXI exige.
Em publicações futuras – porque seria demasiado longo e exaustivo formatar numa publicação tanto que há para dizer e mostrar – abordarei mais detalhadamente a história, as visitas e alguns dos vinhos com que nos cruzámos ao longo desta memorável jornada.
Resta-me agradecer o convite e a paciência de todos, que ao estarem a privar-se do seu fim de semana, nos receberam e nos mostraram todos os cantinhos da realidade da Real Companhia Velha. Em especial ao Pedro Silva Reis (filho) que esteve sempre junto de nós durante todo o fim de semana e com uma simpatia digna de nota.
Comprei uma garrafa de Dom José, no Makro, São Paulo, e ao tomar uma pequena dose me deu alergia… Manchas ou faixas vermelhas no rosto e pelas costas…. Achei que não estava tão encorpado como outros que já tomei… Fiquei preocupado!
Caro Álvaro pode ter apanhado uma garrafa que não estivesse boa. E tem a certeza que essa reacção veio do vinho, também poderia ter sido de algo que tenha comido, ou da mistura de ambos.
Cumprimentos,
Jorge