Começa a ser da praxe, assim que chega o tempo mais quente, a apresentação em Lisboa das novidades da Quinta de Cidrô, propriedade da Real Companhia Velha (RCV) situada no planalto da Pesqueira.
Desta vez o local escolhido foi o bar Art and Drinks, localizado no primeiro piso do bonito e sofisticado Le Consulat, o novo hotel virado à Praça Luís de Camões, bem no coração da movida alfacinha.
Pedro O. Silva Reis (responsável de marketing) Jorge Moreira (director de enologia) e Rui Soares (técnico de viticultura), os responsáveis da RCV pela condução desta apresentação, fizeram uma curta intervenção onde deixaram três ideias basilares sobre o trabalho desenvolvido na Quinta de Cidrô. Pedro Silva Reis destacou a importância do trabalho de inovação realizado com novas castas no Alto Douro. Jorge Moreira referiu que o objectivo é interpretar essas castas internacionais no Douro e não replicar estilos de outras paragens. A intenção é fazer vinhos portugueses. E para concluir, já pela voz de Rui Soares, o realce às condições especiais que encontram no Cidrô, um palco privilegiado, onde as castas brancas têm mostrado uma grande adaptabilidade.
A confortar a mostra estiveram as iguarias preparadas pelo chefe André Magalhães, da Taberna da Rua das Flores, que é também o responsável pelos sólidos dos bares no Le Consulat. A afinidade entre André Magalhães e este recente espaço do Chiado, localizado a poucos metros da sua Taberna, vai ainda resultar num novo espaço de restauração. A abertura da Taberna Fina está prevista para os próximos dias.
À prova estiveram quatro brancos, um rosé e três tintos:
Quinta de Cidrô Alvarinho 2016 – Boa expressão da casta no Douro. Com volume e frescura. Pronto para os pratos de peixe na grelha deste Verão. Um dos favoritos.
Quinta de Cidrô Chardonnay 2016 – Fermentado e estagiado por 8 meses em barrica. Presentes as notas amanteigadas da Chardonnay. Intenso e concentrado. Boa acidez e persistência final. Na linha das colheitas anteriores.
Quinta de Cidrô Gewürztraminer 2016 – Fiel ao perfil da casta no Cidrô. Muito aromático, com flores e frutas exóticas. Bem temperado por uma acidez efectiva.
Quinta de Cidrô Sauvignon Blanc 2016 – Num perfil mais fino que os restantes, mostra sugestões verdes da casta, sem exuberâncias, e uma excelente acidez. Leve e fresco, ganha com este estilo mais elegante.
Quinta de Cidrô Rosé 2016 – Dueto de Touriga Nacional e Touriga Franca para um vinho rosé de perfil aromático, com notas florais e de frutos vermelhos, combinadas com boa acidez. Para um consumo descontraído, sem renegar a ida à mesa com os pratos certos.
Quinta de Cidrô Touriga Nacional tinto 2015 – Estagiou em barrica durante 12 meses. Encorpado e expressivo. Equilibrado por boa acidez. Aborda a casta pelo lado floral e a barrica quase não se sente, o que é bom. É muito provável que venha a envelhecer bem.
Quinta de Cidrô Pinot Noir tinto 2014 – 12 meses em barrica. Perfil de atracção imediata. Macio e redondo. Bem fresco, com acidez que lhe dá identidade. Hoje em dia, com tanto fundamentalismo no mundo do vinho, é quase um acto heróico produzir um Pinot Noir no Alto Douro (hey, estou a brincar, pousem lá as pedras).
Quinta de Cidrô Cabernet Sauvignon Touriga Nacional tinto 2008 – 18 meses de estágio em barrica. Quase dez anos sem se dar por isso. Cheio de vitalidade. Com a barrica a abraçar a fruta, num perfil atractivo onde se notam as elegantes notas vegetais da Cabernet. É tão bem feito e tão prazeroso que, independentemente das crenças, agrada a todos.