Vêm do Minho, mais propriamente da Sub-Região de Monção e Melgaço, e estão ainda a dar os primeiros passos.
São um projecto do jovem enólogo Márcio Lopes, que iniciou o seu percurso no mundo dos vinhos com um dos mais conceituados enólogos portugueses, Anselmo Mendes.
Depois do habitual período de formação académica na área, decide embarcar numa aventureira jornada ligada ao vinho na Austrália, que o inspirou de tal forma, que no regressou criou a Lux Winegrowers.
O objectivo desta empresa era trabalhar em conjunto com pequenos produtores da região do Vinho Verde, ajudando na promoção e comercialização dos seus vinhos.
O desenvolvimento natural desse trabalho, levou-o então, em 2010, a lançar-se na grande aventura dos Pequenos Rebentos.
Seleccionando uvas de pequenos produtores e vinificando em adega provisória, estes Pequenos Rebentos começam, paulatinamente, a dar nas vistas.
E justamente, digo eu, depois de ter tido oportunidade de provar as novas colheitas de 2011.
Passemos então às pingas…
O “mais directo” Alvarinho/Trajadura não me conquistou apesar da sua honestidade e do seu excelente preço (3,5€). Fiquei com ideia que a Trajadura acalmou demais a fera 🙂 Ora provem-no lá e digam de vossa justiça.
O Pequenos Rebentos Alvarinho, trouxe o maior sorriso da sessão, mostrando em todo o esplendor as capacidades sobejamente reconhecidas da casta. Com um nariz muito convidativo e com uma boca fresca e deliciosa, mostrou-se um vinho muito equilibrado. E perigoso. Pois à temperatura certa, parar de bebê-lo é um desafio. Este gostei francamente e por cerca de 7,5€ é uma excelente escolha.
Por último veio o Edição Limitada, também ele todo Alvarinho, que na minha escala de preferência ficou no meio. Mas ficou no meio porque acho que o vinho ainda está meio envergonhado, tem mais para contar, com a mineralidade e acidez que mostra deixa-nos curiosos da sua evolução. Fica debaixo de olho. Custa cerca de 10€.
Independentemente das minhas opiniões pessoais sobre os vinhos, achei este projecto de uma grande originalidade e com todas as condições para se ir afirmando, pois qualidade e autenticidade não lhe faltam. Uma característica em que os vinhos se destacaram, aqui todos eles, foi na sua capacidade gastronómica. Andaram embrulhados com várias e diferenciadas iguarias, preparadas com a mestria que o Solar dos Pintor – lugar onde decorreu a prova – já nos habituou. Dos carapauzinhos fritos e dos pastéis de bacalhau, passando pelos enchidos e pelos queijos e terminando em apoteose num bacalhau à minhota bem medido, os vinhos deram muito boa conta de si, mostrando que têm na mesa uma praia.
Uma palavra ainda para a forma entusiasta e apaixonada que o produtor Márcio Lopes apresentou os seus vinhos, mostrando uma grande paixão pelo projecto a que só me resta desejar as maiores felicidades.
Entretanto vou demolhando as mágoas com o Pequenos Rebentos Alvarinho, que sempre vai alegrando este período conturbado que vamos vivendo. Procurai por ele e bebei, que não vos arrependes.
Nota: Os vinhos Pequenos Rebentos podem ser encontrados na Garrafeira Internacional (ao Príncipe Real) e na Coisas do Arco do Vinho (CCB).