“Este é um livro sobre tascas e tabernas. As que o são, as que o foram, e aquelas que gostariam de o ser. Depois de um dia de “jorna”, estes eram pontos de encontro inevitáveis, nos quais se partilhava a bebida e se carpiam mágoas e discussões. Actualmente, encontram-se em vias de extinção. Os penáltis de outrora deram lugar a coloridas bebidas engarrafadas; os “definitivos” e os “provisórios”, High-Life e Kentucky, foram substituídos por máquinas de moedas de tabaco camone e de selo de imposto.
Hoje, as tabernas deram lugar aos restaurantes tradicionais. É desses que por aqui se fala. Não são iluminados por candeias ou por um petromax, nem apresentam cenários tanoeiros, com mobílias de madeira encardida. Pelo contrário. Na sua maioria, guardam memória de outros tempos vividos, em particular no Alentejo, onde ainda prevalecem a genuína amizade e a convivência, mormente das classes socias rurais. No Minho e em Trás-os-Montes, recupera-se o legado tasqueiro, traduzido em rotas com regras. Como acontece em Coimbra. No Porto e em Lisboa, a tasca é contemporânea. Veste traje tradicional, mas usa ganga e gravata, atraindo diversos extractos sociais.”