“Em Maçores, no concelho de Moncorvo, distrito de Bragança, a festa do São Martinho, única no género, assenta em três elementos essenciais: gaiteiro, castanhas, e vinho na caldeira…
…A seguir à procissão, realiza-se o magusto comunitário, e o gaiteiro volta a dar a volta à aldeia, agora acompanhado por uma pequena multidão, que começa a “aquecer”.
Com o auxílio de um pau de dois metros, os rapazes transportam uma caldeira na qual é deitado o vinho oferecido pelos lavradores. A insólita procissão percorre as ruas da aldeia e toda a gente tem de beber de bruços vinho da caldeira. Durante o percurso cantam quadras alusivas ao vinho do género destas:
Eu hei-de morrer na adega
O tonel seja o caixão
O vinho seja a mortalha
Morro de copo na mão
Minha sogra morreu ontem
O diabo vá com ela.
Deixou-me as chaves da adega
E o vinho bebeu-o ela.
Segundo o povo de Maçores é esta a verdadeira comemoração do São Martinho.
Noutras zonas do país vamos encontrar mais “procissões de bêbedos”, paródia agressiva aos cortejos religiosos, de que procuram ser uma versão báquica…”
“Tripa enfarinhada e belouras. A cozinheira (minhota, como se vê pelos brincos…) mostra, sorridente, este petisco que é de todo desconhecido no Sul do país…” |
Este ainda não tinha, cruzei-me com ele em acaso feliz, no espaço Bertrand, do Forum Cultura, no Almada Forum. Custou-me cinco euros.