A Colecção Privada Domingos Soares Franco (DSF), é uma gama de vinhos da José Maria da Fonseca em Setúbal, onde o director de enologia e vice-presidente desta casa se dá à liberdade de fazer os vinhos que lhe apetece fazer. Quase sempre são vinhos inspirados nas suas experiências no Novo Mundo e uma das castas brancas eleitas tem sido a Verdelho (que faz questão de lembrar que não é a Gouveio do Douro).
Domingos Soares Franco não esconde o seu carinho por esta casta e desde há uns anos a esta parte lhe tem vindo a dar especial atenção através dos dois hectares da colecção ampelográfica da empresa na Quinta de Camarate. Este DSF Verdelho, ao longo dos anos, tem mostrado um perfil floral e frutado, onde a leveza e a frescura se enquadram muito bem, num vinho que tem sido consensual entre a aptidão gastronómica (a acompanhar pratos de sabores pouco concentrados e complexos) e um momento de consumo mais descontraído. Há no entanto colheitas, onde este vinho sai mais contido, sem as notas florais tão marcadas e esses têm sido os meus favoritos.
Lembro-me de um 2011 que era especialmente tenso e fresco, assim como o 2014, enquanto que por exemplo o 2013 já era mais expressivo neste lado floral e frutado. Este 2018, que chegou recentemente ao mercado, apesar de lá estar a expressão da fruta, vai pelo lado mais contido e é um dos que mais gostei até hoje. Não tem uma grande estrutura nem comprimento, mas é um vinho leve, elegante, bonito, com uma excelente acidez, que se bebe lindamente e que me soube muito bem. Fica aí a sugestão para os meus amigos conferirem.