Bons Ares.
E que falta fazem.
Estes chegam da altitude e rudeza do Douro Superior, produzidos pela Casa Ramos Pinto na Quinta dos Bons Ares, em Touça, Vila Nova de Foz Côa.
Um vinho que tenho revisitado amiúde e que cada vez gosto mais. Quem está habituado a beber vinhos deste produtor sabe que o tempo, quase sempre, é bom conselheiro. Uma regra que se volta a confirmar com esta referência.
A sobriedade do rótulo segue em linha com o que vamos encontrar dentro da garrafa.
Intocável na cor. Atractivo no aroma, sem excessos, ganhou complexidade em detrimento dos frutados e florais iniciais. Continua com um ligeiro toque fumado, que em diálogo com os suaves apontamentos vegetais e minerais nos fazem salivar de imediato. A boca confirma tudo. Amplo, tenso, encorpado e de acidez afirmativa, tudo em grande harmonia.
Frescura e persistência que lhe abrem o caminho da mesa, onde brilhou alto, na companhia de um arroz de bacalhau, onde nem o ligeiro travo picante e a pimento o beliscou (antes pelo contrário). Este é daqueles que dá força aquela velha teoria que até 10€ temos os melhores vinhos do mundo.
De registar que este branco foi o vencedor do Concurso de Vinhos do Douro Superior em 2015. Um exemplo de que nem sempre os concursos são ganhos por vinhos fáceis e óbvios, como por vezes se supõe.
Quem o tem em garrafeira, pode estar descansado e ir apreciando uma garrafa de vez em quando. Quem não tem, com sorte ainda o consegue encontrar em alguma loja especializada.
Bons Ares Branco 2013
Produzido pela Casa Ramos Pinto
Lote de Rabigato, Viosinho e Sauvignon Blanc.
10% do lote fermentou e estagiou em barrica durante 8 meses.
13% de volume de álcool.
Cerca de 9€.
17 Pontos