Regresso aos vinhos Aphros aqui no pasquim. Chegou a vez do Daphne, um monocasta de Loureiro que já não bebia há muito, muito tempo. Aliás, que me lembre, só bebi uma vez o Daphne, no caso da colheita de 2011. Compro com frequência o Loureiro e por vezes o Ten, mas o Daphne não. O Loureiro é o meu favorito, conheci-o na colheita de 2009 e desde aí tenho sido um cliente fiel. Quando falo no Loureiro lembro-me sempre do 2017, um belo vinho e o meu favorito até ao momento. Mas desta vez apeteceu variar e achei que era altura de voltar ao Daphne.
De produção biodinâmica no Vale do Lima, a garrafa número 1877 do Aphros Daphne 2020 mostrou-se com uma ligeira redução inicial no aroma, que foi passando com o arejamento. Depois surgiu bem no nariz, vivo, alegre, com notas de citrinos e frutos secos. Na boca é fresco, com alguma estrutura, apesar dos 11,5º de álcool. Tem boa presença e um ligeiro travo mineral que lhe dá vivacidade e uma boa persistência final. O perfil é totalmente distinto da grande maioria dos Loureiro do Minho, com menos exuberância aromática e mais amplo na boca. Quem aprecia o género vai gostar, é um bom vinho, mas sendo mais caro, dentro do estilo continuo a preferir o Loureiro. Sugiro que seja decantado e bebido não muito frio.
Produtor: Vasco Croft – Aphros Wine Lda.
Enólogos: Tiago Sampaio e Miguel Viseu
Região: Vinho Verde DOC – Sub-Região do Lima
Castas: 100% Loureiro
Álcool: 11,50 % Vol
Vinificação: Contacto películar durante 14 horas, decantação em cubas de inox, fermentação em barricas de castanho e ovos de cimento, filtração e estágio “sur lies”.
Produção: 6.000 garrafas
Preço: 15€.