Conforme dei conta aqui, a Adega Mãe lançou recentemente quatro novos vinhos para o mercado. Entre eles uma novidade absoluta, o novo Tinto Atlântico, um monocasta de Pinot Noir, leve, fresco, easy drink, mas com boas sensações da casta em território atlântico. Ainda assim, o meu destaque vai para a nova colheita, a segunda edição no caso, do Vital Vinhas Velhas, um branco que nasce na Serra do Montejunto, num perfil sóbrio, com presença, mas muito fresco e equilibrado. Um belo monovarietal desta casta que, felizmente, voltou aos copos dos consumidores. Ficam os apontamentos sobre estes quatro novos vinhos…
O DORY BRANCO 2021 é a mais recente colheita do entrada de gama da Adega Mãe. Um vinho que o produtor assume ser uma grande aposta na dinamização da marca e que pretende ver com presença mais assídua na mesa dos portugueses. O lote (Viosinho, Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc), onde recentemente foi incluído o Sauvignon Blanc, mantém-se, apesar desta colheita surgir ligeiramente mais marcada pelo Alvarinho. Ao longo dos últimos anos, o perfil do Dory Branco tornou-se mais consensual e abrangente, mas continua a ter aquela excelente acidez que o coloca como um porto seguro dentro do segmento. PVP: 4,99€.
Proveniente de vinhas velhas da Serra de Montejunto, a segunda edição do ADEGAMÃE VITAL VINHAS VELHAS 2019 é um monocasta de Vital, que mantém a fermentação parcial em barrica e em ovo de cimento. Seguindo-se um estágio no ovo, sob borras finas durante 10 meses. Contido no aroma, sério, com leves sugestões de barrica, é um branco muito bem conseguido, bem proporcionado, com boa presença de boca e excelente frescura. Gostei muito e parece-me um degrau acima que a colheita de estreia. PVP: 20,00€.
A grande novidade destes novos lançamentos da Adega Mãe é o ADEGA MÃE TINTO ATLÂNTICO 2020. Um monocasta de Pinot Noir, pouco extraído, com fermentação em inox e estágio em barricas usadas. Resulta num tinto aberto na cor, frutado, de taninos finos, num estilo fresco e elegante, com uma excelente acidez, que lhe prolonga o final. A primeira edição deste tinto atlântico, proveniente da única casta tinta plantada na quinta da Adega Mãe. PVP: 20,00€.
Para fechar, o ADEGAMÃE RESERVA TINTO 2017, que até aqui era conhecido como Dory Reserva e que no seguimento da organização do portefólio do produtor passou a chamar-se Adega Mãe Reserva. Lote de Touriga Nacional, Touriga Franca, Cabernet Sauvignon e Petit Verdot, fermentado em inox e estágio em barrica durante 12 meses. A Touriga Franca volta a surgir no lote, numa aposta que parece ser para continuar. Aromático, atraente, frutado, com sugestões de barrica, num perfil aromático mais consensual. Boa amplitude de boca, cheio, com presença, num perfil guloso, persistente e equilibrado por boa acidez. PVP: 11,95€.
NOTA: Os vinhos foram enviados pelo produtor e provados no Restaurante O Cantinho do Churrasco, em Carnaxide, na companhia de dois pratos tradicionais da nossa gastronomia, o Bacalhau à Lagareiro e a Grelhada Mista. O Dory Branco abriu a refeição a acompanhar as entradas, depois o Vital fez uma excelente ligação com o bacalhau, por sua vez o Pinot fez a ponte entre o bacalhau e o prato de carne, lidando melhor com o segundo e, por fim, o Reserva Tinto casou na perfeição com as carnes assadas na brasa.