Cada vez estou mais convencido que esta questão das harmonizações, apesar de algumas regras básicas, é muito pessoal e subjectiva. O que é uma excelente harmonização para mim, pode não ser para o próximo e isso tenho verificado muitas vezes.Ainda agora, com a quadra natalícia, as conversas andam sempre à volta de qual o melhor vinho para acompanhar o tradicional bacalhau cozido com todos. Eu gosto de tinto, jovem e cheio de força, se tiver alguns taninos e leve doçura melhor (Este Natal o escolhido foi o Monte da Ravasqueira Reserva 2011, que ficou lindamente), mas admito que é uma escolha muito pessoal, pois há brancos, também jovens e frescos, que lidarão igualmente bem com este prato. O que não gosto com o Bacalhau Cozido são brancos com madeira, esses guardo para os Lagareiros e afins.Serve esta conversa para recuperar uma prova de harmonização que participei no âmbito do ultimo Encontro com o Vinho e Sabores em Lisboa, em que João Paulo Martins, jornalista da Revista de Vinhos, apresentou um painel de vinhos para harmonizar com uma selecção de queijos. Foi (mais ou menos) assim:
Foi uma prova muito interessante e pedagógica, que deu, sobretudo, para reforçar a ideia que não pode haver ideias pré concebidas no que respeita a este tema. Os Portos, clássicas escolhas para alguns tipos de queijo, ficaram abaixo das (minhas) expectativas quando colocados lado a lado com outras opções. Ou quem diria que um tinto da Bairrada, da casta Alvarelhão, poderia ser uma opção para este tipo de combinações.
Importante é reter, que neste desafiador e aliciante mundo das harmonizações, a combinação perfeita pode surgir, desmentindo o que está nos livros, de onde menos se espera.