Suite Airoldi

Era bom, caro e fechou. Agora é bom, menos caro e por isso reabriu. Fomos ver o ‘facelift’ de Fausto Airoldi no Casino de Lisboa.
Então mas não se chamava Pragma? Sim, chamava, mas isso era antes. Entre Agosto de 2008 e Fevereiro deste ano muita coisa mudou. O restaurante que nasceu a semana passada no lugar do antigo Pragma, no Casino Lisboa, chama-se Suite. E as diferenças são mais que muitas.
Para começar, o Suite não é bem um restaurante no sentido tradicional. É mais um híbrido: inspirou-se num hotel, mas a verdade é que parece um bar, onde também se janta. Ou melhor, vai-se jantando. Basta olhar à volta e procurar as cadeiras alinhadas em volta das mesas. Exacto: não há (só na esplanada). Mas há sofás, poltronas e cadeirões, muitos, de todas as formas, cores e tecidos imagináveis. As mesas agora são baixas e ao centro da sala há um bar. Ao lado, uma grande mesa de DJ, com espaço para dançar.
A decoração glamorosa (íamos fizer faustosa, mas depois soava a trocadilho fácil com o nome de Airoldi), assinada pelo arquitecto e designer Leo Marote, tem um efeito curioso: conseguiu criar um autêntico ovni vintage, um mundo à parte da aura hi-tech estilo nave espacial do resto do Casino Lisboa. Uma espécie de anos 60 meets século XXI. Sim, é cool.
Fausto Airoldi chama-lhe um espaço de “Food & Dance”, onde se ouve música enquanto se come. Mas, afinal, o que é que se come? É aqui que entra a mão de Airoldi, na forma de um original menu de degustação faça-você-mesmo. Ou seja: a carta tem 33 mini-pratos, com preços igualmente mini (entre 3,50 e 7,50€), e “as pessoas podem compor a sua refeição consoante queiram: para uma refeição ligeira pedirão 3 a 4 pratos, para uma mais completa 7 a 10 pratos”, explica o chef. O que, feitas as contas, andará na média dos 25 euros por pessoa.
“Todas as doses foram pensadas para que possa haver uma degustação partilhada”, continua Airoldi. O que significa que cada mini-prato tem duas doses pequenas. E isso é válido para os cornetos de queijo da serra com bacalhau assado e coentros, as empadas de caça com doce de frutos silvestres, o (mini-)hambúrger em pão focaccia com cebola caramelizada em vinho do Porto ou os cigarros de caviar de beringela com ervas aromáticas fritas (ver foto), para citar apenas alguns exemplos.
É que apesar do tamanho reduzido, está lá toda a diversidade de sabores e texturas conhecidas da cozinha de Fausto Airoldi, só que adaptada a um menu mais dinâmico e um registo mais descontraído. O que só vem confirmar a tendência de uma nova vaga de “restaurantes anti-crise” que não quiseram perder a sofisticação, mas tiveram de arranjar formas criativas de ter preços mais baixos. Não há volta a dar: é a lei da sobrevivência.
Este serviço de quartos, perdão, de mesas só funciona à noite: de quarta à sábado, das 20.00 às 03.00 (ao fim-de-semana até às 04.00). O Suite abriu as portas no dia 18, sem grande alarido e a inauguração oficial é só para finais de Março. Mas já tem todos os ingredientes para se vir a tornar um novo hot spot da noite alfacinha. Antes, durante e depois do jantar. (Time Out)

Suite. Casino Lisboa (Parque das Nações). Quarta a sábado, 20.00- -03.00 (sexta, sábado e vésperas de feriado até às 04.00). 21 892 9040
Estrelas Joli – 8 em 10
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