Magma Branco 2018

Um projecto que nasce em 2011 pela mão de Anselmo Mendes e Diogo Lopes na Ilha Terceira, Açores, com a criação da marca de vinhos Magma. São vinhos provenientes do singular terroir das curraletas dos Biscoitos, onde a casta Verdelho é submetida à expressão vulcânica e atlântica daquele lugar. Outro dos designios deste projecto foi também valorizar estas uvas, de forma a motivar os viticultores locais a investirem e preservarem este valioso património agrícola. Como se percebe estamos perante vinhos distintos e de carácter marcado pelo terroir vulcânico.

Desta marca nasceram dois vinhos, o Magma de que hoje falo e o Muros de Magma, que será o topo de gama, produzido apenas em anos considerados excepcionais. O Magma é um monovarietal de Verdelho, de vinhas provenientes das referidas curraletas em solos vulcânicos (de magma), muito próximas ao mar, como se pode ver aqui. Vinificado na Adega Cooperativa dos Biscoitos (gerida por esta dupla de enólogos desde 2015), fermentou em inox e fez batonnâge durante 5 meses. Mostra um aroma pela contenção, limpo, puro, salino, com fruta cítrica envolvida por um fresco lado mineral. Muito equilibrado na boca, fino, de acidez vibrante, com uma bela expressão vulcânica mas sem excessos, permitindo que todo o conjunto brilhe. Está numa óptima fase e arrisco-me a dizer que esta colheita de 2018 traz-nos o melhor Magma de sempre. Pelo menos dos que bebi foi o que mais gostei.

Custa cerca de 18€ e é possível encontrá-lo em lojas online ou garrafeiras especializadas.

“O cultivo do vinho chegou à Ilha Terceira com os primeiros povoadores, no séc. XVI. Depois de quase ter desaparecido com a filoxera (praga devastadora da viticultura mundial), volta a ganhar projecção através da Adega Cooperativa dos Biscoitos, fundada em 1999. Biscoito é o nome que se dá à terra queimada nascida dos vulcões e, por serem terras pobres e de difícil cultivo, foram sempre utilizadas para a vinha. Para tornar o cultivo viável e proteger a vinha, foram construídas curraletas com a própria pedra basilar, o que transformou a vinha neste local num cenário muito especial.”

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