Domaine Héritiers du Comte Lafon Mâcon-Milly-Lamartine Blanc 2014

Ando a limpar a secretária. Foi um desafio que fiz a mim próprio (ok, pressionado pela Sra Joli), até ao final do ano arrumar a secretária e encontrar lugar para as centenas, para não dizer mais de um milhar, de notas, mapas, bilhetes, flyers, talões e o diabo a sete, que trago para casa depois de uma viagem. Não é por mal, nem penso que seja devido a alguma doença rara, apenas porque na altura acho que aquilo vai ser útil, que me vai ajudar a recordar o custo daquela viagem de metro ou daquele vinho que encontrei na tal garrafeira xpto. Por vezes também acho que aquilo pode dar uma boa recordação.

Ora bem, andava então eu neste nobre desígnio, quando tropecei num conjunto destes sentimentais recuerdos que tinha trazido de uma recente viagem a Chablis. Ainda não falei aqui desta viagem a Chablis e também não será hoje, apenas dizer que foi mais um memorável momento à volta do vinho, na companhia de dois camaradas de armas destas coisas da enofilia.

Uma dessas recordações de viagem era um talão de compra da Le Caveau de Chablis, uma garrafeira janota, no centro de Chablis, com uma oferta variada de vinhos essencialmente da Borgonha. Nada de topos, mas boas propostas de segunda linha e algumas interessantes promoções, como foi o caso deste Mâcon da foto, que um dos parceiros de viagem já conhecia e sugeriu a comprar. Custou 11,90€ e é a prova provada que é possível beber um bom vinho da Borgonha sem ter de se vender um rim.

Bem sei que estamos no Sul da Borgonha e não é de um Pouilly-Fuisée que se trata, é de um regional Mâcon Village, mas ainda assim, estamos perante um vinho que começa logo por ser um Chardonnay (a casta maioritaria em Mâconnais e a única autorizada em vinhos brancos) que cheira e sabe a Chardonnay. Depois, mesmo revelando uma fruta branca mais madura, não é difícil de o conotar à Borgonha, pela presença, frescura e mineralidade. Obviamente que não tem a estrutura nem a profundidade de um Premier ou Grand Cru, mas oh meus amigos, por este preço tomara nós termos muitos assim à porta de casa. Mais houvesse!

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